tag:blogger.com,1999:blog-17278590838500120882024-02-19T04:16:33.841-03:00HodiernasUnknownnoreply@blogger.comBlogger46125tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-55096528885238412902016-01-20T10:30:00.001-02:002016-01-20T10:30:51.359-02:00<img alt="Teatro abandonado (Sel & co): " src="https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/c3/67/4a/c3674afafc04aa30c6be367c5a05d69c.jpg" /><br />
blog abandonado (mas bem que merecia uma restauração)Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-43941191102909253042014-04-29T18:38:00.003-03:002014-04-29T18:49:11.286-03:00Comunicação é mote do Dia do Trabalhador<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; color: #990000; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;"><b>Temática é discutida em seminário para estimular luta pela comunicação como direito garantido pela Constituição</b></span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;"><b><br /></b></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;"><b>São Paulo</b> – A necessidade de democratizar a mídia no Brasil,
na mão de poucas famílias, foi discutida na segunda 28, no seminário sindical
internacional “</span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;">Comunicação: O Desafio do Século”, realizado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Proposta de
um novo marco regulatório para pluralidade e diversidade nas comunicações foi
debatida pela manhã pelos participantes, professor Venício Lima, membro do
Conselho Consultivo da Barão de Itararé, Sebastian Rollandi, Diretor
Nacional de Relações Institucionais e Comunitárias da AFSCA (autoridade federal
de serviços de comunicação audiovisual argentina) e Franklin Martins, ex-Ministro Chefe da
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, sob mediação da
secretária de comunicação da CUT Nacional Rosane Bertoti.</span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<b style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;"><br /></b>
<b style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;">Na Argentina...</b><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;"> Questionado </span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;">so</span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;">bre como foi o trabalho de sensibilização da população para a regulação da
mídia na Argentina, Sebastian Rollandi afirmou que foi uma propaganda
horizontal, voltada a diversos segmentos, com foco no público jovem, na
internet, com discussão de modelos comunitários e de publicidade, tendo a
universidade um papel muito importante.</span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;"><br /></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;"><b>Na universidade... </b>Já o
professor Venício Lima avaliou que, ao contrário do que ocorreu no país
vizinho, onde a universidade teve um a participação direta no processo de
ampliação do direito à comunicação, de modo geral a academia brasileira não tem
dado a contribuição que deveria, no espírito pregado por Darcy Ribeiro. Ao
responder uma pergunta sobre a falta de interesse da academia
nas discussões, declarou falta de identificação: “Desses catálogos de
congressos da área de comunicação, não me identifico com nada do que está ali”,
diz.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;"><br /></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;"><b>No governo...</b> Franklin
Martins, questionado sobre os critérios de repasse
publicitário governamental para incentivo de publicações que privilegiam a
diversidade de conteúdos, defendeu investimento na chamada “mídia técnica” –
modelo no qual um grupo de comunicação tem na publicidade estatal a fatia que
possui na audiência. “Foi algo que, no governo Lula, tirou o privilégio de
grupos. É positiva, mas precisa de atualização, inclusive de plataformas, com a
ampliação para a internet”, aponta.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;"><br /></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;"><b>Campanha </b>- Projeto
de Lei de Iniciativa Popular das Comunicações poderá ser apresentado ao
Congresso Nacional para regulamentar o que diz a Constituição em relação às rádios
e televisões brasileiras. Para isso, será preciso apresentar 1 milhão e
trezentas mil assinaturas.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;"><br /></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;">Para
participar da coleta de assinaturas e para saber mais, clique aqui: </span><a href="http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/index.php/2013-04-30-15-58-11"><span style="font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/index.php/2013-04-30-15-58-11</span></a><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-18538735111345443512012-11-16T11:53:00.001-02:002013-11-15T16:16:11.707-02:00VIVER SEM MARIANA É IMPOSSÍVEL<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS'; font-size: 10pt;"><i><span style="color: #990000;">O texto que o Rubem Braga fez para o meu mais recente amor.</span></i></span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS'; font-size: 10pt;"><br /></span>
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS'; font-size: 10pt;">Foi o timbre especial de uma voz, entre tantas. Voltei devagar a cabeça, enquanto o amigo me falava, e procurei, sem saber por que, localizar a dona daquela voz. Mas o amigo contava uma coisa interessante, e minha atenção voltou para ele. Só, alguns instantes depois, ouvindo, entre vozes de homem uma risada clara de mulher, é que um nome me cruzou a cabeça como um relâmpago e me ergui da cadeira: Mariana!</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 11px; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 11px; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS'; font-size: 10pt;">Ela hesitou um instante, e quando meu nome saiu de sua boca nós já estávamos de pé, e abraçados. Pobre é a vida de um homem; mas é estranho como ele desperdiça riquezas, e nem se lembra mais. Se, passados tantos anos, eu tivesse ido encontrá-la sabendo que iria vê-la, e ela também esperasse me rever, talvez não houvesse essa explosão de carinho tão intensa, que parecíamos, entre os outros que nos olhavam surpresos, dois amantes que tiveram passado anos ansiando um pelo outro, e se buscando <st1:personname productid="em vão. Não" w:st="on">em vão. Não</st1:personname>sei se ela sentiu, depois daquela efusão tão grande, a mesma estranheza que eu – se lhe acudiu subitamente a idéia de que antes não éramos tão amigos assim, e não achou estranha a imensa alegria do encontro. Nesse acaso dos encontros do mundo, que mistério é esse que faz se verem frias duas pessoas que se deixaram com muito carinho, e torna contrafeitos amigos de infância, mas também dá esse choque de prazer em velhos conhecidos escassamente cordiais? Ela estava bonita, talvez mais bonita que antes, mais dona de sua beleza. Há adolescentes e até moças que parecem não serem donas das próprias pernas, ou cujos olhos parecem em acaso, ou são inconscientes de seus ombros. Nelas a beleza parece um acidente, a que são, no fundo, estranhas; aconteceram-lhe aqueles ombros. Sabem apenas que são bonitas, mas não tomaram posse de si mesmas, são um fato demasiado recente e ainda instável, como um pássaro que se balança em um galho florido. Nessa mulher madura, a beleza está morando, a beleza não é um acidente fortuito, é sua maneira de ser.<br /><br />Ela conta suas histórias, eu conto as minhas, mas toda essa multidão de pessoas e fatos que houve durante esse tempo em que não nos vimos tem apenas um sentido vago. Como se a gente entrasse num cinema para ver um filme qualquer e saísse, e então aquelas peripécias de amarguras e alegrias que iam nos interessando de minuto a minuto perdessem todo o sentido, nós dois tornando à rua da realidade. A realidade somos nós dois, amigos felizes de nos encontrarmos. E se movimento de cabeça, o gesto de sua mão ao segurar a minha que lhe apresenta fogo para o cigarro, o timbre de sua voz longamente extraviado, mas nunca perdido em minha lembrança – tudo é um belo reino que de repente recuperei. Somos subitamente ricos um do outro, e conscientes dessa riqueza afetiva, com uma extraordinária pureza.<br /><br />Quando saímos, e me atraso um momento, e a vejo assim de corpo inteiro, andando, firme e suave na sua beleza, sigo-a um pouco mais devagar, para durante mais um instante ter o prazer de revê-la dos pés a cabeça, antes de lhe segurar o braço de velha amiga e lhe dizer, com uma franqueza instantânea que a faz rir: “Mariana, eu acho impossível uma pessoa viver sem você”. E ela ri e agradece – pois já estamos na idade de poder dizer e ouvir, sem ilusões, as mais simples, e belas, e graves tolices. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 11px; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS'; font-size: 10pt;"><br />Agosto, 1989 – Rubem Braga</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-88121102702949120372012-04-20T23:53:00.001-03:002012-04-21T00:01:18.765-03:00Falsos consolos<br />
<span style="background-color: white;"><br /></span><br />
<div class="poem" style="font-family: sans-serif;">
<div style="font-size: 13px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.4em;">
<span style="background-color: white;"><span class="citation">Uma das historinhas que costuram o filme de </span><span style="font-size: 12px;">Mathieu Kassovitz, </span><span style="font-size: 12px; line-height: 1.5em;" title="Titre"><i>La Haine</i></span><span style="font-size: 12px; line-height: 1.5em;"> </span><span style="font-size: 12px; line-height: 1.5em;">(</span><span style="font-size: 12px; line-height: 1.5em;" title="Date">1995</span><span style="font-size: 12px; line-height: 1.5em;">), O Ódio, é a de que u</span></span><span style="background-color: white; line-height: 1.5em;">m homem cai de um apartamento de 50 andares. Na queda, em cada andar, ele diz a si mesmo: jusqu’ici tout va bien, jusqu’ici tout va bien, jusqu’ici tout va bien. Até aqui tudo vai bem. Moral da história: "</span><span style="background-color: white; line-height: 1.5em;">Mais l'important c’est pas la chute, c’est l’atterrissage." O mais importante não é a queda, é a aterrisagem. </span></div>
<div style="background-color: white; line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.4em;">
<span style="font-size: 12px; line-height: 1.5em;">Outro que dá a sensação de falso consolo é Erasmo de Rotterdam, no Elogio da Loucura. Diz ele, ou melhor, ela, a Loucura, que o homem sábio, triste e amargo </span><span style="font-size: 12px; line-height: 18px;">(ao contrário do louco)</span><span style="font-size: 12px; line-height: 1.5em;"> morre cedo, numa idade em que os outros começam a viver. "Embora, para falar a verdade, a hora da morte seja completamente indiferente para quem nunca viveu."</span><br />
<span style="font-size: 12px; line-height: 1.5em;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.4em;">
<span style="font-size: 12px;"><br /></span></div>
</div>
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtTwH9xbfW_IAQvjQkNQpg4h1m8hpHEG611zLhH-06owPJTOGQ1kwO6X1vokYNiDXsebeI0bwWziijGlxaZYjIV3jEMgZmox8xILFoKcCeLGFRfU9pmkj3OrMOknV9dQu-CnzgWcWZaCg/s1600/la+haine00003.png" />Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-86674781172149570652012-03-11T16:42:00.002-03:002013-11-15T16:21:23.362-02:00JeanMeus olhos<br />
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>entornados </div>
<div>
num ligeiro sonho</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>automático</div>
<div>
em necessária</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>rifa de encantos</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>algumas vezes</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>falando fora de</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span> mim mesmo<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span></div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>& além disso</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span> consolado</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>nos terraços</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span> de tijolos úmidos &</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>gerânios de cobalto</div>
<div>
assobiando lentas canções</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>quando eu lembrava Jean</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span> a olhar para mim</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span> citando Baudelaire</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span> na penumbra</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>onde seu rosto</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>teria podido matar</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>numa doce ELEVADA</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>fome</div>
<div>
<br /></div>
<div>
(Piazza III, Roberto Piva)</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-912136597187612782011-12-01T21:43:00.010-02:002011-12-01T22:42:25.903-02:00pont-neuf, religieuse portugaise, juliette pixote e alina reyes<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaustrMIZdWGQR5oqBi-Bp2q3IpDYhTemZ4FGZ0-llBuYK853k1Ge1nmBIQi_RdHFLYf3kU3z3rxW5i-Wpjbp9hiOn4l409lSHjR3-cJRgvvjtP_PRcus7Vuch-TDwHiXhkiIlbT_qTMHM/s1600/DSCN0613x.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaustrMIZdWGQR5oqBi-Bp2q3IpDYhTemZ4FGZ0-llBuYK853k1Ge1nmBIQi_RdHFLYf3kU3z3rxW5i-Wpjbp9hiOn4l409lSHjR3-cJRgvvjtP_PRcus7Vuch-TDwHiXhkiIlbT_qTMHM/s200/DSCN0613x.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5681315046027597314" /></a>Pont- Neuf, na minha primeira noite em Paris. Voltaria na ponte todos os dias seguintes, enquanto ali.<div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3JUK7Gv3-aPPTX4obcFpobDHgzIBVTXkhbnNzNLhBTlp-LRCLy0_1F02Fh6xyL80KcOCAyCISDx3Vwsz5zoujqzGisncs6On9tfHVaIJNArV3p-K6Ndzxn3X8kUpDY8AQGhz8qGPECwBn/s1600/DSCN0896.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 150px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3JUK7Gv3-aPPTX4obcFpobDHgzIBVTXkhbnNzNLhBTlp-LRCLy0_1F02Fh6xyL80KcOCAyCISDx3Vwsz5zoujqzGisncs6On9tfHVaIJNArV3p-K6Ndzxn3X8kUpDY8AQGhz8qGPECwBn/s200/DSCN0896.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5681314716662589762" /></a>Pont-Neuf onde Monsieur Gilles Morineaux, encontrado na Boîte 48, "Les Vieux Livres du Pont Neuf", em 22/10/2011, olhou para mim e disse que eu gostaria do seguinte: um livro anônimo - que dizem ter sido escrito por Diderot - "Lettres de la Religieuse Portugaise", cartas de uma religiosa portuguesa. Ela, enclausurada em seu país, ama, em segredo e a distância, um francês.</div><div>Cheguei pedindo Bataille, mas Gilles disse que uma brasileira (sem saber que eu era, pois estávamos falando em inglês) havia comprado seu único Bataille havia uma semana. Rimos quando eu disse que Bataille era pop aqui no Brasil. </div><div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiph3E4lGjMjEBj1bbQMvyguyxLNEl9mN8IfEhKprZbbowLfvWdIkvArnUf7eK8KJGcv2Hkq6pBesjaW0zBFdD2KAOg7isKIwd7F8pJahUXpokS22h4Cct650IaKKBd5-_hOZWW9CW69T4k/s1600/DSCN0895.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiph3E4lGjMjEBj1bbQMvyguyxLNEl9mN8IfEhKprZbbowLfvWdIkvArnUf7eK8KJGcv2Hkq6pBesjaW0zBFdD2KAOg7isKIwd7F8pJahUXpokS22h4Cct650IaKKBd5-_hOZWW9CW69T4k/s200/DSCN0895.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5681314329429624402" /></a>Conversamos um pouco sobre meus interesses literários recentes e a dica de Gilles foi: se quiser encontrar quem mais entende de literatura erótica é Monsieur Alexandre Dupouy, de uma livraria perto do Pompidou.<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitQ_bR1-C1Jv05My7Fu6ORrs4eZ0PvPXFtzIU8CkzIupRrOoxZAOleMWg4yx__5Nqo1JjcZnibImJevAHxYyv5LtGnAjfkiMtFzzMnZVG_iphIXjFri00kcrtlWu5fgUkmwcou0edf0gfX/s1600/DSCN0894.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitQ_bR1-C1Jv05My7Fu6ORrs4eZ0PvPXFtzIU8CkzIupRrOoxZAOleMWg4yx__5Nqo1JjcZnibImJevAHxYyv5LtGnAjfkiMtFzzMnZVG_iphIXjFri00kcrtlWu5fgUkmwcou0edf0gfX/s200/DSCN0894.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5681313892637770322" /></a><br /><div>Depois da conversa, feliz com a aquisição, me dirijo à ponte, sento, abro o livro numa página qualquer (aquela coisa de viagem) e arrepio, pois a maior epifania de anos e anos:</div><div><br /></div><i>Cesse, cesse, Marianne, infortunée, de te consumer vainement, et de chercher un Amant que tu ne verras jamais, qui a passé les Mers pour te fuir, qui est en France ai milieu des plaisirs, qui ne pense pas un seul moment à tes douleurs, et qui te dispense de tus ces transports, desquels il ne te sçait aucun gré?</i><div><br /></div><div>que eu entendi muito bem, mesmo com meu français trés-bizarre:</div><div><br /><div><span class="hps" style="font-family: arial, sans-serif; text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(245, 245, 245); "></span></div></div></div><span><span>Cesse, cesse, Marianne (incrivelmente, eu!), infeliz, você queima em vão, e procurar um amante que você nunca verá, que passou os mares para escapar de ti, que está na França no meio dos prazeres, que não pensa por um momento para sua dor ...</span></span><div><span><span><br />Tenho uma obsessão por essa ponte, desde "Os Amantes da Ponte Neuf", com a Juliette carinhosamente chamada de Juliette Pixote.Foi lá também que encontrei Alina Reyes, do Bestiário do Cortázar.</span></span></div><div><span><span>Estão todas lá.</span></span></div><div><span><span>E me esperam.</span></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; background-color: rgb(245, 245, 245); "></span></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-10147777741277184142011-12-01T20:15:00.004-02:002011-12-01T20:24:01.135-02:00Paris, cadeados e états grippaux<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnC6CRdpzox52FYcDIcs-9MFxGnrp_ZDE4t70fNLZCnCR3X1Bhyy2FtbeF2SK8ClyEz9AOmUEGi_NpBq4yL20PdZ6KPYvQ0R2S0HfCxGqjMT8cgAb4U07RkookzPrpPmoZ99aTJcLIhWh6/s1600/DSCN0977xxxxxxxxx.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 229px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnC6CRdpzox52FYcDIcs-9MFxGnrp_ZDE4t70fNLZCnCR3X1Bhyy2FtbeF2SK8ClyEz9AOmUEGi_NpBq4yL20PdZ6KPYvQ0R2S0HfCxGqjMT8cgAb4U07RkookzPrpPmoZ99aTJcLIhWh6/s320/DSCN0977xxxxxxxxx.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5681287807288895890" /></a><span class="Apple-style-span">Não quero falar dessa foto. Pont dês Arts, numa manhã de outono. Meu olhar fotográfico não poderia estar em melhor companhia. Um cenário parisiense para o amor. Uau, o amor...</span><div><span class="Apple-style-span">Aí sou o rapaz de costas, de mochila, sozinho, que circunda uma ilha enquanto os outros se detêm, todos acompanhados, romanticamente, ao sol.</span></div><div><span class="Apple-style-span">Não quero falar, e já o faço, sei lá o porquê. A grade, os cadeados. Em vez de lembrar entrelaçamentos duradouros, vejo o lado ruim do clichê do aprisionamento, de uma inescapável síndrome de Estocolmo a qual todos estariam submetidos.</span></div><div><span class="Apple-style-span">Como a personagem de "Memórias do Subsolo" (do aí sim amado Dostô), a gente chega a pensar que o amor consiste justamente no "direito que o objeto amado voluntariamente nos concede de exercer tirania sobre ele. Mesmo nos meus devaneios subterrâneos, nunca pude conceber o amor senão como uma luta: começava sempre pelo ódio e terminava pela subjugação moral; depois não podia sequer imaginar o que fazer com o objeto subjugado."</span></div><div><span class="Apple-style-span">É uma imagem de medo, por paradoxal ou inverossímil que isso possa soar. Medo da "vida viva", que, assim como o cara dessas memórias, comprimia-me tanto que era até difícil respirar. Perdi o fôlego e aproveitei para fotografar. Não tremeu.</span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-9148696316274488822011-10-02T14:51:00.004-03:002011-10-02T15:01:24.939-03:00Outro poema de separação<div>LII</div><div><br /></div><div>Eu era parte da noite e caminhava</div><div>Adusta e austera</div><div>Sem luz e aventurança.</div><div>Tu eras praia e dia</div><div>Um fogo branco</div><div>O rosto da montanha sobre a terra.</div><div><br /></div><div>E juntamos a treva</div><div>Ao mar do meio-dia.</div><div>Cristas aguadas, pontas</div><div>Trilhas foforescentes</div><div>Na vastidão das sombras</div><div><br /></div><div>Mas um instante apenas.</div><div><br /></div><div>Porisso é que caminho como antes</div><div>Adulta e austera.</div><div>Acrescida de véus me mostro aos viajantes:</div><div>Vês a mulher, aquela? </div><div>Dizem que a cara é de caliça e pedra.</div><div>Que a luz das ilusões passou por ela.</div><div> </div><div>(Hilda Hilst, Cantares de perda e predileção)</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-9560401682187933622011-10-02T14:43:00.002-03:002011-10-02T14:49:37.112-03:00Um poema em celebração à separação<div><br /></div><div>XXV </div><div><br /></div>Insensatez e sombra<div>Foi o que se apossou de mim</div><div>Quando sonâmbula</div><div><br /></div><div>Amoldei meus pés ao teu caminho.</div><div>Um distorcido de luzes e de lírios</div><div>Lagunas ruivas, vozes</div><div>Vindas de um não sei onde, vivas</div><div><br /></div><div>Me fizeram supor que o teu caminho</div><div>Era a luz do meu passo, merecida</div><div>Porque de luta e a sós</div><div>Toda minha vida.</div><div><br /></div><div>E agora sei que as palmas do martírio</div><div>É que brilhavam</div><div><br /></div><div>E ruivos</div><div>Eram os lagos de nudez e sangue</div><div>E viva era minha própria voz</div><div>Maldizendo meu nome.</div><div><br /></div><div>(Hilda Hilst, Cantares de perda e predileção)</div><div><br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-86765147961180746062011-05-14T11:03:00.013-03:002011-05-14T12:01:00.667-03:00Quando éramos órfãos<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/10/BattleOfShanghaiBaby.gif" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 600px; height: 490px;" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/10/BattleOfShanghaiBaby.gif" border="0" alt="" /></a><span class="Apple-style-span">Foto: Após bomba do Japão sobre Xangai, em 1937.</span><div><span class="Apple-style-span"><br /></span><div><span class="Apple-style-span" ><b>"Quando éramos órfãos", de Kazuo Ishiguro</b> - quem também escreveu "Vestígios do dia" e "Never let me go", romances que deram origem a filmes com os mesmos nomes - trata da busca de um detetive de origem inglesa que passou sua infância na Colônia Internacional, Xangai, na primeira metade do século. A busca é pelos seus pais, líderes da campanha anti-ópio, de quem foi separado por incidentes mal explicados, ainda quando criança.</span></div><div><span class="Apple-style-span" >Lembranças assomam e alinhavam o texto, em fulgores de uma escrita que comove pela palidez das impossibilidades de uma realização que esteja fora da fantasia e do desejo ingênuo de reencontrar a infância em um mundo em guerra. </span></div><div><span class="Apple-style-span" >Impossível largar o livro antes da última página.</span></div><div><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span">Chineses, </span><span class="Apple-style-span">ingleses, </span><span class="Apple-style-span">japoneses na escola e no quintal - cercado por </span><span class="Apple-style-span">ópio, miséria, bares, assassinatos, hotéis, negócios (e mais tarde, a bomba japonesa sobre Xangai, anunciando a 2a. Guerra Mundial). </span></span></div><div><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span">Um dos momentos brilhantes é quando o narrador Christopher (Puffin) conta como o enredo da brincadeira com seu amigo Akira mudou após o desaparecimento de seu pai. </span><span class="Apple-style-span">Com seu "chapa", o japonês Akira, divide os dramas de crianças estrangeiras que temem voltar aos seus países de origem.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" >Vale a leitura.</span></span></div><div><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div><b>" Mas sempre que meu amigo sentia que eu estava preocupado, ou que minha cabeça estava noutra parte, dizia: “Meu chapa. Brincamos de resgatar pai”.</b></div><div><b>Nossas narrativas a respeito de meu pai tinham, como disse, infinitas variações, mas bem rápido estabelecemos um enredo básico recorrente. Meu pai era mantido em cativeiro numa casa nalgum lugar além dos limites da Colônia. Seus captores eram uma quadrilha com o intento de extorquir um vultoso resgate. Vários detalhes menores evoluíram muito rapidamente até virarem eles próprios parte da intriga. Sempre era o caso, por exemplo, que, a despeito de cercada pelos horrores do bairro chinês, a casa na qual se encontrava meu pai era confortável e limpa. De fato, ainda posso lembrar como essa convenção específica foi estabelecida. Era talvez a segunda ou terceira vez que ensaiávamos a brincadeira, e Akira e eu nos alternávamos no papel do lendário inspetor Kung - cujas elegantes feições e o chapéu usado à maneira dândi nós bem conhecíamos das fotografias de jornal. Estávamos bastante absortos nos entusiasmos de nossa fantasia, quando subitamente, na altura em que meu pai surgia pela primeira vez em nossa história, Akira fez um sinal para mim - indicando que eu devia representa-lo - e disse: “Você amarrado na cadeira”.</b></div><div><b>Estávamos a todo o vapor, mas então estaquei.</b></div><div><b>“Não”, eu disse. “O meu pai não está amarrado. Como é que ele pode estar amarrado o tempo todo?”</b></div><div><b>Akira, que jamais gostava de ser contrariado ao desenvolver uma narrativa, repetiu com impaciência que meu pai estava amarrado a uma cadeira e que eu devia imita-lo ao pé de uma árvore sem mais demora. Retruquei aos berros: “Não!”, e saí orgulhoso. Não deixei, contudo, o jardim de Akira. Lembro de postar-me no limite em que iniciava o gramado - onde terminava nossa “floresta” - e mirar com olhar vazio uma lagartixa subindo o tronco de um olmo. Depois de um instante, ouvi atrás de mim os passos de Akira e preparei-me para uma franca discussão. Mas, para surpresa minha, ao virar-me para ele, vi o meu amigo fitando-me com um olhar conciliador. Ele aproximou-se e disse brandamente: </b></div><div><b>“Você é certo. Pai não amarrado. Ele muito confortável. Casa seqüestradores confortável. Muito confortável”.</b></div><div><b>Depois disso era sempre Akira que tomava grande cuidado para assegurar o conforto e a dignidade de meu pai em todos os nossos dramas. Os seqüestradores sempre se dirigiam a ele como se fossem seus criados, levando-lhe comida, bebida e jornais tão logo ele os reclamasse. Assim sendo, o caráter dos seqüestradores também abrandou; resultou que não eram maus em absoluto, simplesmente homens com famílias famintas. Lamentavam sinceramente ter de tomar tão drástica atitude, explicavam a meu pai, mas não podiam suportar ver seus filhos morrerem de fome, mas o que mais podiam fazer? Haviam escolhido o Sr. Banks justamente porque sua simpatia pelas agruras dos chineses mais pobres era bem conhecida, e era possível que ele entendesse a inconveniência à qual o expunham. A isso, meu pai - a quem eu sempre representava - suspirava compreensivo, mas então ajuntava que, fossem quais fossem os dissabores da vida, o crime não podia ser tolerado. Além disso, era inevitável, o inspetor Kung cedo ou tarde chegaria com seus homens...”</b></div><div><b><br /></b></div><div><span class="Apple-style-span">Tradução José Marcos Macedo. Cia das Letras, 2000</span></div><div><br /></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-10953431393214516412009-09-13T11:22:00.006-03:002009-11-20T11:14:33.330-02:00Pré-sal: Carlos Lessa - entrevista<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFkXra3fO5pAZ0zrUETvRkcYUhX72G4paeql5GaCNbcDkDQx6-G4wGcRYVxtUBFVRympy60v8EK3sphRxfGFefC7vBOCj9mvoCL8iZN_srrs_ssmVRLm38f0vO8ZC56LoQfNp1cesVsEKZ/s1600-h/carloslessa.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 146px; height: 189px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFkXra3fO5pAZ0zrUETvRkcYUhX72G4paeql5GaCNbcDkDQx6-G4wGcRYVxtUBFVRympy60v8EK3sphRxfGFefC7vBOCj9mvoCL8iZN_srrs_ssmVRLm38f0vO8ZC56LoQfNp1cesVsEKZ/s200/carloslessa.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5380972359974092642" /></a><br /><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;">Ele foi demitido da presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) por discordar da política econômica do governo Lula em 2004.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;">Nacionalista, Carlos Lessa, 73 anos, professor aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é um dos economistas e intelectuais mais respeitados do país.<br /><br />Em entrevista feita por telefone na manhã de 1º. de setembro de 2009, um dia depois do lançamento do novo marco regulatório para o petróleo, Lessa gentilmente aceitou falar sobre o assunto. Mas, com a vitalidade e capacidade que tem, foi profundamente além.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"> Das posições de ambientalistas às dos interessados no projeto de trem bala, a entrevista abarca uma série de aspectos da nossa história hodierna, feita aqui e agora.<br /><br /><b><br /></b></span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;">Pré-sal: maravilha ou maldição?</span></b></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">O que significa a mudança do marco regulatório para exploração do pré-sal?</span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p>O que foi anunciado até agora é um retorno à visão do interesse nacional sobre o interesse privado. Ou seja, é uma derrota da visão neoliberal. O que o governo federal fez foi muito correto.</o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;">Em primeiro lugar, colocou a Petrobrás presente em todos os lotes do futuro pré-sal, com 30% em troca do pioneirismo dela. Corretíssimo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;">Segundo, trocou o regime de concessão pelo regime de partilha nos novos lotes. Continua o péssimo regime de concessão fora do pré-sal e nos lotes do pré-sal já leiloados. Mas o grosso do pré-sal vai ser dividido em partilha, muito mais conveniente pro país.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;">A outra coisa extremamente importante é que houve a decisão de capitalizar a Petrobrás com R$ 100 bilhões de ações. Decisão, ao meu juízo, corretíssima, que é atribuir um valor elevado, US$ 10 por barril potencial, às franjas dos atuais lotes concedidos, com o capital à Petrobrás. Eu acho isso uma maravilha porque o governo, na verdade, vai entrar com os direitos de explorar o petróleo na periferia dos lotes atuais. Calculou isso em 50 milhões. É muito bom. Tendo em vista a participação estrangeira no capital da Petrobrás, viu? Na franja de onde eles encontrarem petróleo. Porque tem uma coisa que chama roubo do petróleo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;">Se o campo é contínuo e a concessão não cobre o campo todo, na franja é possível tirar petróleo do campo principal. E o que o governo fez foi capitalizar a Petrobrás, transferindo como capital para a Petrobrás ter seus direitos nos territórios limítrofes. Isso me parece extremamente inteligente porque vai criar um anel de Petrobrás em torno desses lotes que foram irresponsavelmente leiloados no passado.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;">O que me preocupa, e você pode falar aí para os sindicalistas e para os operários do chão de fábrica, é o seguinte. Não é à toa que chamam o petróleo de ouro negro. Na verdade, ele é mais importante para o país que o ouro metálico. Porquê? Porque o petróleo puxa a cadeia de produção de todas as pessoas. Então, se o Brasil quiser ser uma economia robusta tem que usar o petróleo para ficar forte e não para exportar petróleo cru, porque isso é a pior opção de todas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;">Quando a soja é produzida, ela é o resultado da luz solar, da terra, da água e do trabalho das pessoas que lá estão. Porém já usa petróleo com as máquinas agrícolas que usam combustível, elas foram feitas utilizando combustível no passado e usa os fertilizantes, que são feitos do petróleo.Depois põe no caminhão e leva para o porto. Aí você está botando mais petróleo na soja. A soja que está no porto é a soma da natureza mais toda essa cadeia de incorporações de energia. Aí chega no porto, em vez de você exportar a soja, você planta a soja, exporta o óleo e usa o farelo para engordar o boi. Quando você engorda o boi, é energia que ele comeu do capim mais a soja que ele está comendo. Ele está comendo petróleo, ele está comendo trator, ele está comendo o óleo do trator lá no interior. Pois bem, e o que você faz com o boi? Você mata o boi, né? Você usa energia elétrica para refrigerar o boi. E depois, o que você faz com as carnes? Você corta – trabalho para as pessoas – aí você pega a carne e vai exportar. Essa carne que você está exportando tem dentro de si a soja, a energia elétrica, o petróleo do caminhão, do trator, do fertilizante e o trabalho desde que você selecionou a semente até o trabalho do corte no matadouro. O que você faz com o couro da vaca? Novamente o Brasil exporta o couro cru. Devia fazer o quê?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Sapato...</span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p>Devia fazer o couro, preparar o couro para fazer e vender sapato barato para os operários, que eles fazem calçados, entendeu? Quanto mais eu estou transformando, mais eu estou colocando valor nas coisas. Então pegar petróleo e jogar fora para o resto do mundo é uma estupidez. Países que exportam petróleo são países amaldiçoados. No limite pode ser um Iraque. Ou Kwait. Ou uma Arábia Saudita. Tudo é ruim. Só tem um país que exportou petróleo com inteligência. Chama-se Noruega. Um país de 4 milhões de habitantes, só.</o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Lá o sistema é de partilha.</span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); ">Isso o governo anunciou, é muito inspirado no norueguês. Agora tem dois pontos que eu queria chamar a atenção. Preparem seus corações que agora a imprensa vai bater pesadamente. Os lobbistas do setor já estão todos nos jornais hoje dizendo que está retrocedendo, reestatizando, é uma coisa terrível, viu? Mas com petróleo não se brinca, viu? Eles vão jogar tudo contra, para derrubar a lei que o Lula encaminhou. E a desculpa que eles vão usar é a questão da partilha. Você é paulista e eu sou carioca mas nós temos que partilhar todo o rendimento do petróleo com o Brasil todo, sabe por quê? Porque é uma riqueza da Nação! Não é riqueza só do morador de Copacabana, meu bem! Estão tirando petróleo a <st1:metricconverter productid="200 quilmetros" st="on">200 quilômetros</st1:metricconverter> de Copacabana, mas Copacabana não tem nada a ver com isso. Tem tudo a ver porque faz parte do Brasil.</span></span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Falam que esses estados vão gastar mais.</span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p>Não vão gastar mais não! É um absurdo! Eu estou falando como carioca, eu sou do Rio, mas eu prefiro defender o Brasil. É mais importante. Eu peço até que o Serra não fique somando esforços como anda fazendo o meu governador.</o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Professor, o que representa o pré-sal para o país?</span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p>O futuro. Que idade você tem, menina? Não tem filho ainda. Mas vai ser vovó, né? E o seu neto vai viver numa civilização muito diferente se nós utilizarmos bem. Se nós utilizarmos mal, seu neto vai levar uma bomba dirigida na cabeça dele quando for garoto.</o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Como os recursos provenientes do pré-sal devem ser investidos?</span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;">Obviamente um pedaço dos recursos devem ser investidos em infra-estrutura. Nós estamos precisando muito de eletricidade, precisando desesperadamente de ferrovias. É. E a outra coisa que é extremamente importante é que a gente toque para frente políticas sociais. Finalmente é possível fazer uma política educacional bem feita, uma política de cobertura de saúde, uma política de segurança, precisa botar muito mais gente para fazer policiamento, entendeu? É para o Brasil uma maravilha, se nós utilizarmos bem. Mas é uma maldição se nós utilizarmos mal.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Porque aí a gente não desenvolve a indústria nacional, exporta óleo cru...</span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p>Se você exporta óleo cru, coloca aí pros teus leitores o seguinte: pode acontecer com o Brasil o que aconteceu com a Holanda. A Holanda descobriu gás no Mar do Norte, então passou a exportar gás. Como recebeu uma quantidade enorme de divisas, o florim valorizou muito. Pararam de exportar, quebraram a indústria holandesa e quebraram as atividades agropecuárias da Holanda. Quando acabou o gás, a Holanda não tinha mais nada na retaguarda. Imagina o Brasil vivendo só de petróleo a loucura que vai ser. Aí ficam com essa bobagem de trem bala. Trem bala é um brinquedo caro que não serve para nada. A gente precisa de ferroria. Precisa transportar carga. Alta velocidade de passageiro não é problema. O problema é nas cidades, precisa de metrô em SP, de metrô no Rio, e não trem bala, viu?</o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">E os ambientalistas?</span></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); ">É complicado. Por exemplo, todo e qualquer trabalhador sabe que o Brasil precisa de energia elétrica, não é? Mas os ambientalistas não estão deixando fazer as hidrelétricas no ritmo e no tamanho necessários. Sabe o que está acontecendo? Burramente estão se fazendo termelétricas. Termelétricas consomem petróleo e óleo combustível e jogam muito mais carbono para poluir o ambiente que hidrelétrica. É bom que os trabalhadores aprendam o seguinte: toda vez que o homem existe ou faz alguma coisa, ele interfere na natureza. Nós somos parte da natureza. Quando a gente constrói uma casa, nós estamos modificando o meio natural, mas não é correto construir uma casa ou a gente tem que dormir debaixo da árvore?</span></span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;"> (risos)</span><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p>Não, não. Pergunte eles. A água que você recebe em casa é capturada na natureza, ouviu? E o que você joga na água fervida, também retorna para a natureza, ouviu? A gente também retorna quando a gente morre, não é? O bicho homem faz parte da natureza, mas tem que fazer a política que o bicho homem viva melhor! É óbvio que não pode devastar a mata, não é? Tem que tomar cuidado com a Mata Atlântica. Por isso, os sindicalistas têm que botar o olho nessa bobagem que estão querendo que é fazer um porto <st1:personname productid="em S ̄o Sebasti ̄o. Um" st="on">em São Sebastião. Um</st1:personname> porto em São Sebastião vai destruir a Ilha Bela e arrebentar um pedaço importante da mata, viu? É muito mais importante a mata ali que um porto. A gente tem até portos, tem Itajaí, tem o porto de Vitória [inaudível] mas está uma coisa boba da Petrobrás de fazer um porto ali em São Sebastião, que está caminhando por essa coisa paulista de puxar tudo para São Paulo, entendeu?</o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Então seria melhor fazer investimento nos portos já existentes.</span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p>É muito mais importante, como você falou, melhorar os portos já existentes que fazer novos. Você tem que dizer aos sindicalistas o seguinte: o sindicalismo sabe da enorme importância de novos empregos, e bons empregos, empregos com carteira assinada. Isso só é possível com o país crescendo. E o país só cresce se for transformando a natureza em uma natureza que seja para o homem. E o petróleo não é renovável. E porque rico <st1:personname productid="em eletricidade? Porque" st="on">em eletricidade? Porque</st1:personname> é renovável. Termoeletricidade não é. Foram feitas 66 termelétricas no país, isso é um absurdo.</o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Sobre o pré-sal quer falar mais alguma coisa?</span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p>Eu vou falar até para um amigo meu, vou mandar um telegrama para a ministra Dilma, porque ela acertou em cheio.</o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Tá. Mas a gente já pode dizer que o pré-sal é nosso, professor?</span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p>Ainda não. O alto preço da liberdade é a vigilância, né? Tem uma campanha “O Petróleo tem que ser nosso”, você já viu o filme? Os sindicalistas têm que entrar na campanha. Aliás nós vamos fazer uma reunião em Santos na semana que vem, o pessoal das confederações todas, viu... Se puder falar aí com o pessoal do seu sindicato.</o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">E essa coisa da pressa, que está com muita pressa para aprovar?</span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p>Isso é um debate político. Agora vão envenenar o Lula dizendo que o Lula vai usar o pré-sal para a campanha eleitoral. Bom, é muito provável que o Lula use o pré-sal para a campanha eleitoral, e daí? Cabe às pessoas que competirem com ele apresentar propostas melhores, não é? Porque o Lula está acertando com o petróleo mas, com a China, ele fez um negócio com muito lucro chinês. Trocou 10 bilhões de óleo cru por um financiamento chinês à Petrobrás. A Petrobrás não precisa de financiamento internacional, de um ou outro país. A Petrobrás é ouro em pó: ela consegue o financiamento que ela quiser. E também não precisa desenvolver o pré-sal com muita rapidez, pode fazer até um pouco mais devagar, entende?</o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Por quê?</span></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p>Porque o Brasil já tem auto- suficiência de petróleo. O Brasil não precisa para dentro de muito mais petróleo. O que o Brasil precisa é de industrialização. E a economia do petróleo bem manejada leva o Brasil à industrialização: à multiplicação dos empregos de boa qualidade.</o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Arial;font-size:7;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:48px;"><br /></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Arial;font-size:7;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:48px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;font-size:16px;"></span></span></span></p><span class="Apple-style-span" style="font-family:Arial;font-size:7;"><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><b><i>Mudanças</i></b><i><br /><br />O governo encaminhou ao Congresso, em 31/08, projetos de lei que mudam o marco regulatório do petróleo. Se aprovados, a exploração do pré-sal será feita através de um modelo misto: concessão e partilha.<br /><br />Hoje, no sistema de concessão, a empresa vencedora da licitação é dona de todo o óleo extraído. Na partilha, que será feita em cerca de 72% do total de 112 mil km quadrados a área do pré-sal (porcentagem ainda não leiloada), o óleo é dividido entre a União e empresas que derem a maior parte do petróleo ao Estado.<br /><br />Na partilha, a União é sócia da empresa que oferecer ao Estado maior quantidade de óleo extraído. Nesse modelo, o monopólio do petróleo é da União e a Petrobrás será, em todos os casos, a operadora (para ter acesso a informações privilegiadas, desenvolver tecnologias e acompanhar custos). A Petrobrás será a única a operar (perfurar e extrair o óleo) no pré-sal e terá uma participação de 30% garantidas nos consórcios que irão explorar a região. Os sócios, quando houver, só entram com investimentos.</i><i><o:p></o:p></i></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p><i>A Petrosal entra como “olheira”: não irá operar. Irá administrar a riqueza em nome da União.</i></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><i>Nas áreas do pré-sal já leiloadas, nada muda: o modelo continua sendo o de concessão.</i></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><i>A estimativa é de reservas entre 9 e 14 bilhões de barris, quase o dobro das atuais.</i></span></p></span><p></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:10.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-4896410485619961822009-09-02T21:30:00.001-03:002009-09-02T21:34:04.067-03:0055 anos da morte de Getúlio<p style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align:justify;line-height:10.5pt"><em><span style="font-size: 8.5pt; font-family: Arial; "><span class="Apple-style-span" style="color:#330000;">Segundo professor Ricardo Antunes, da Unicamp, suicídio de Vargas adiou golpe da direita para 1964</span></span></em><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:black"><o:p></o:p></span></p> <p style="margin-top:0cm;margin-right:0cm;margin-bottom:12.0pt;margin-left: 0cm;text-align:justify;line-height:10.5pt"><span style="font-size:8.5pt; font-family:Arial;color:black"><br />Há 55 anos, o presidente Getúlio Vargas cometia suicídio com um tiro no peito. O professor Ricardo Antunes (Unicamp) responde por que ele se matou e analisa seus governos comparando com o Brasil de hoje.<br /> <br /> <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:12.0pt"><span style="font-size:8.5pt; font-family:Arial;color:black"><o:p> </o:p></span></p> <h1 style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height:12.0pt"><span class="apple-style-span"><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial; color:black;font-weight:normal">ENTREVISTA</span></span><span style="font-size: 8.5pt;font-family:Arial;color:black;font-weight:normal;mso-bidi-font-weight: bold"><br /><br /><br /></span><span class="apple-style-span"><span style="font-size:8.5pt;font-family: Arial;color:#990000;font-weight:normal">Sai da vida e entra na história</span></span><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:black;font-weight:normal; mso-bidi-font-weight:bold"><br /><br /><span class="Apple-style-span" style="color:#330000;"><br /></span> </span><span class="apple-style-span"><i><span style="font-size: 8.5pt; font-family: Arial; font-weight: normal; "><span class="Apple-style-span" style="color:#330000;">Por que Getúlio é lembrado como o melhor presidente que o Brasil já teve?</span></span></i></span><span style="font-size:8.5pt; font-family:Arial;color:black;font-weight:normal;mso-bidi-font-weight:bold"><br /></span><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:black;font-weight: normal"><br /><span class="apple-style-span">Ricardo Antunes |</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial; color:black;font-weight:normal;mso-bidi-font-weight:bold"> </span></span><span class="apple-style-span"><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial; color:black;font-weight:normal;mso-bidi-font-weight:bold">Fundamentalmente, 1º) o governo de Getúlio, que vai de 1930 a 1945 e de 1950 a 1954, é um marco do processo de industrialização no Brasil e do desenvolvimento de um projeto nacional. O Estado nacional ganhou corpo, o mercado </span></span><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:black;font-weight:normal; mso-bidi-font-weight:bold"><span class="apple-style-span">interno brasileiro ganhou corpo, isso fez o projeto nacional/desenvolvimentista do Getúlio ficar marcado na história brasileira. 2º) Getúlio era um político de alta qualidade. Além de conseguir representar os grandes interesses dominantes, a oligarquia da qual ele era expressão (ele era um oligarca do Rio Grande do Sul), ele representava também os </span><span class="apple-style-span">interesses da burguesia industrial nascente nos anos 1920, que sob seu governo encontrou grande expansão. 3) Ele tinha uma enorme capacidade e um projeto de desenvolver o capitalismo nacional. Ele sabia que para um projeto de industrialização, tinha que integrar a classe trabalhadora. E integrar a classe trabalhadora implicava em </span><span class="apple-style-span">regulamentar a força do trabalho. O que era uma reivindicação da classe operária por direitos – porque a classe operária lutava desde fins do século XIX e início do século </span><span class="apple-style-span">XX – ele fazia com que parecesse para a grande população brasileira como se fosse uma dádiva de Getúlio. Daí a ideia de que Getúlio era o “pai dos pobres”.</span><br /><br /></span><i><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:black; font-weight:normal"><br /><span class="Apple-style-span" style="color:#330000;"> P</span><span class="apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="color:#330000;">or que ele se matou?</span></span></span></i><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:black;font-weight:normal; mso-bidi-font-weight:bold"><br /><br /></span><span class="apple-style-span"><span style="font-size:8.5pt;font-family: Arial;color:black;font-weight:normal">Antunes |</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial; color:black;font-weight:normal;mso-bidi-font-weight:bold"> </span></span><span class="apple-style-span"><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial; color:black;font-weight:normal;mso-bidi-font-weight:bold">Em 1954 havia uma crise política profunda. Havia um projeto a favor da internacionalização do capital, de abertura do Brasil para o capital externo de modo irrefreado. E, por outro lado, um projeto nacionalista, do Getúlio, que tinha um componente nacional e estatal – que tinha a presença do capital externo, mas não era um capitalismo aberto irrefreadamente ao capital externo. Essa distância política de dois projetos se acentuou num contexto de crise dos anos 1950. Quando Getúlio deu 100% de aumento do salário mínimo e implantou medidas restritivas no que diz respeito a saídas de lucros para o exterior, então a direita começou a jogar muito pesado. E quando a direita conseguiu convencer o Exército de que Getúlio era um risco, as Forças Armadas informaram Vargas na noite de 23 de agosto que ele não detinha mais o controle militar e que só tinha a alternativa da renúncia ou ceder a todas as exigências deles. A direita aliada ao capital externo ou a “direita liberal” não aceitava mais o getulismo. Getúlio, então, na madrugada do dia 24 de agosto, percebendo que não tinha mais apoio do Exército e não tinha mais sustentação política para se manter, deu um golpe de mestre. Terrível, mas de impacto: a sua morte significaria a vitória do projeto getulista. No dia em que ele morreu, uma comoção se abateu no país, as populações foram todas às ruas e os golpistas perderam a batalha.</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial; color:black;font-weight:normal;mso-bidi-font-weight:bold"> </span></span><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:black;font-weight:normal; mso-bidi-font-weight:bold"><br /><br /><span class="Apple-style-span" style="color:#330000;"><br /></span> </span><span class="apple-style-span"><i><span style="font-size: 8.5pt; font-family: Arial; font-weight: normal; "><span class="Apple-style-span" style="color:#330000;">O que ele conseguiu?</span></span></i></span><span style="font-size: 8.5pt; font-family: Arial; font-weight: normal; "><span class="Apple-style-span" style="color:#330000;"><br /></span> </span><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:black;font-weight: normal"><br /><span class="apple-style-span">Antunes |</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial; color:black;font-weight:normal;mso-bidi-font-weight:bold"> </span></span><span class="apple-style-span"><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial; color:black;font-weight:normal;mso-bidi-font-weight:bold">Ele conseguiu adiar a crise de 1954/55 para dez anos mais tarde. Em 1964, a direita “resolveu a questão” com o golpe. De qualquer forma, a decisão deve ter sido muito difícil.</span></span><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:black;font-weight:normal; mso-bidi-font-weight:bold"><br /><br /><span class="Apple-style-span" style="color:#330000;"><br /></span> </span><span class="apple-style-span"><i><span style="font-size: 8.5pt; font-family: Arial; font-weight: normal; "><span class="Apple-style-span" style="color:#330000;">É possível relacionar Lula com Getúlio?</span></span></i></span><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:black;font-weight:normal; mso-bidi-font-weight:bold"><br /><br /></span><span class="apple-style-span"><span style="font-size:8.5pt;font-family: Arial;color:black;font-weight:normal">Antunes |</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial; color:black;font-weight:normal"> </span></span><span class="apple-style-span"><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial; color:black;font-weight:normal;mso-bidi-font-weight:bold">É possível sim. O Lula tem uma capacidade de dialogar com o povo que se assemelha com a do Getúlio. O povo entende o que o Lula fala. O que não significa que seu governo seja bom. Eu tenho uma posição agudamente crítica ao Lula. Do ponto de vista de um projeto de esquerda, é um desastre completo, é uma tragédia. Segundo, o Lula é um conciliador, como Getúlio. O governo Lula foi o que mais remunerou os capitais nos últimos 30 anos e, na ponta de baixo, praticou um assistencialismo através da bolsa família mais abrangente que o tradicional assistencialismo da direita. Os dois são lideranças carismáticas que não precisam dos partidos políticos para fazer a mediação com o povo. É isso que permite você falar de getulismo e de lulismo, dadas as devidas diferenças que naturalmente existem.</span></span><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:black;font-weight:normal; mso-bidi-font-weight:bold"><br /><br /></span><i><span style="font-size: 8.5pt; font-family: Arial; font-weight: normal; "><span class="Apple-style-span" style="color:#330000;"><br /></span> <span class="apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="color:#330000;">O senhor gostaria de destacar alguma diferença?</span></span></span></i><span style="font-size: 8.5pt; font-family: Arial; font-weight: normal; "><span class="Apple-style-span" style="color:#330000;"><br /></span> </span><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:black;font-weight: normal"><br /><span class="apple-style-span">Antunes |</span><span class="apple-converted-space"> </span></span><span class="apple-style-span"><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial; color:black;font-weight:normal;mso-bidi-font-weight:bold">Olha, tem uma diferença importante: enquanto Getúlio Vargas é originário da</span></span><span style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:black;font-weight:normal; mso-bidi-font-weight:bold"><br /><span class="apple-style-span">burguesia agrária do RS e assume um projeto de industrialização no país, o Lula é oriundo da classe trabalhadora, do operariado metalúrgico, e faz um governo que fez a burguesia ficar de boca aberta. A burguesia se pergunta “por que nós não descobrimos o Lula antes?” Lula faz um governo para a alta burguesia brasileira e internacional e essa é uma diferença.</span><o:p></o:p></span></h1>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-51236538402910716572009-07-07T23:04:00.008-03:002009-07-08T15:35:22.091-03:00Protógenes Queiroz<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibciom3FrPyTB5DwENr76wPuR6-w9sNlkjTWFhCwWuj3nMzUSNc96iSyC-jKp2t3HcuvQQOhljdCtuqVWJYGyTzWxhsJ8Ud5wJB3yAtwAvFvziM1r9DZ3ZDlWVdpGft7Z5F_AJ33zSZAOc/s1600-h/proto.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 218px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibciom3FrPyTB5DwENr76wPuR6-w9sNlkjTWFhCwWuj3nMzUSNc96iSyC-jKp2t3HcuvQQOhljdCtuqVWJYGyTzWxhsJ8Ud5wJB3yAtwAvFvziM1r9DZ3ZDlWVdpGft7Z5F_AJ33zSZAOc/s320/proto.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5356140275563501826" /></a><br /><span class="Apple-style-span" style=" border-collapse: collapse; font-family:arial;font-size:13px;"><span style="font-size:85%;"><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">Há alguns meses, entrevistei por e-mail o delegado Protógenes Queiroz. Depois de um ano de deflagração da Operação Satiagraha, vejo Daniel Dantas, agora o "Olhos Verdes Sensuais", novamente nas primeiras páginas.</span></div><div>Resolvo postar entrevista com o delegado, hoje afastado da investigação.</div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">Foto: Agência Brasil</span></div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;">Teje preso!</span></b></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><br /></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">Ele prendeu Paulo Maluf, o contrabandista </span></span><a title="Law Kin Chong (ainda não escrito)" href="http://blogdoprotogenes.com.br/w/index.php?title=Law_Kin_Chong&action=edit&redlink=1" target="_blank" style="color: rgb(42, 93, 176); "><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">Law Kin Chong</span></span></a><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">, o especulador </span></span><a title="Naji Nahas" href="http://blogdoprotogenes.com.br/wiki/Naji_Nahas" target="_blank" style="color: rgb(42, 93, 176); "><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">Naji Nahas</span></span></a><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"> e o ex-prefeito de São Paulo </span></span><a title="Celso Pitta" href="http://blogdoprotogenes.com.br/wiki/Celso_Pitta" target="_blank" style="color: rgb(42, 93, 176); "><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">Celso Pitta</span></span></a><span><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"> entre outros, por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e formação de quadrilha.<br />Também coordenou, junto com a Promotoria de São Paulo, as investigações do caso Corinthians/MSI, desmascarando fraudes na arbitragem do futebol brasileiro.<br /></span><strong><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">Operação Satiagraha</span></strong><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><br />Mais recentemente, ele presidiu o inquérito que resultou na Operação Satiagraha. Como delegado da Polícia Federal, ele prendeu o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity – solto duas vezes pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Após colocar algema em gente graúda, foi acusado de fazer escutas ilegais.<br />O delegado Protógenes Queiroz é hoje acusado pela imprensa e pelos congressistas da CPI dos Grampos por fazer investigações irregulares. Isso para tirar o foco dos crimes de quadrilha de bandidos armada na era Fernando Henrique Cardoso e cujos braços estão ainda hoje no governo Lula.<br />O delegado Protógenes Queiroz falou, em entrevista e-mail, sobre a Operação Satiagraha (que significa “firmeza da verdade”, em sânscrito) e sobre a impunidade para os criminosos de colarinho branco. Veja o que tem a dizer o delegado mais odiado hoje pelos poderosos no país.<br /><br /><b><span class="Apple-style-span" style="color:#660000;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Contra grandes interesses</span></span></b><br /><br /></span></span></span><div><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; "><span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Houve escuta ilegal na Operação Satiagraha?</span></span></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; "><span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">PQ: Não. Todas as interceptações telefônicas e telemáticas, foram com autorizações judiciais e fiscalizadas pelo MPF [Ministério Público Federal], inclusive sofri duas investigações que auditaram todo o trabalho da Operação Satiagraha e não encontraram nada de ilegal ou irregular.<br /><br /><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Quais são os crimes de Daniel Dantas?</span></span></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; "><span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">PQ: Os crimes do banqueiro bandido condenado Daniel Dantas, na primeira fase da nossa investigação foi condenado por corrupção e indiciado por gestão fradulenta. Na segunda fase está sendo investigado por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha.</span></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;"><br /></span></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; "><span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Por que ele não está preso? Quais são os interesses em jogo?<br /></span>PQ: O banqueiro condenado Daniel Dantas não está preso, em razão de dois HCs [habeas corpus] concedidos liminarmente pelo Presidente do STF Gilmar Mendes e como é decisão da Suprema Corte do país não se discute se é justa ou não. Os fatos falam por si na mente do povo brasileiro e externada desde gestos mais simples à posição mais técnica juridicamente.Eu como autoridade policial não tenho nenhum sentimento a não ser cumprir imediatamente, como de fato ocorreu.Os interesses obscuros nos negócios do banqueiro bandido "o tempo é o senhor da razão", logo, logo o Brasil vai conhecer a podridão que envolveu esse caso, que vai da corrupção ao desvio de riquezas naturais do país - são mais de mil concessões de exploração do subsolo brasileiro usados de forma duvidosa e suspeita.</span></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;"><br /></span></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; "><span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Na sua opinião, até quando o Brasil continuará sendo o país da impunidade?</span></span></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; "><span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">PQ: Atualmente vivemos num Brasil pior do que nos tempos do Império nas Administrações Ultramarinas. Nesta época prendia-se e confiscava os bens do corrupto ou desviador de riquezas e recursos da coroa lusitana. Hoje nós até conseguimos a prisão de alguns poderosos, mas logo saem da cadeia como se nada tivesse acontecido e ainda se consideram vítimas. O que falta no Brasil de hoje é punição, a ser uma exigência nossa de brasileiros que trabalham honestamente e contribuem para um país mais digno e justo. A saída final é com o exercício da cidadania por meio do voto que eu acredito na mudança, a fim de que o grito "muda Brasil" sejam acompanhadas da vontade popular na construção de um Brasil para nós brasileiros.</span></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;font-size:100%;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;"><br /></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; "><span><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Tem intenção em entrar para a política?</span></span></span></span></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;font-size:100%;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">PQ: A resposta é não. A minha condição de Delegado de Policia Federal, embora afastado, me condiciona a contribuir mais pela sociedade do que em qualquer cargo politico.</span><br /></span></span></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-52993021512575900462009-06-07T10:13:00.011-03:002009-06-09T11:50:41.314-03:00Leminski vive<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPeZfx79dgxcY9rfVSaL2FV3K3h3LaTfdcYsIrwB5UgjuqsXOV_PbpgfTFmrVheG3NQ3nADHoFydBI4xL0HIsGcqB1T0PAt62ZtBhq-8ohUL9EPVIE3W2wBTAnrS5scZ0Pp3Bu6ZpwrrNT/s1600-h/leminskipauloleminsksentado.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5345338590259818546" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 191px; CURSOR: hand; HEIGHT: 200px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPeZfx79dgxcY9rfVSaL2FV3K3h3LaTfdcYsIrwB5UgjuqsXOV_PbpgfTFmrVheG3NQ3nADHoFydBI4xL0HIsGcqB1T0PAt62ZtBhq-8ohUL9EPVIE3W2wBTAnrS5scZ0Pp3Bu6ZpwrrNT/s200/leminskipauloleminsksentado.jpg" border="0" /></a><br /><div><br /><div><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span></p><div><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">o pauloleminski</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><?xml:namespace prefix = o /><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">é um cachorro louco</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">que deve ser morto</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">a pau a pedra</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">a fogo a pique</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">senão é bem capaz</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">o filhadaputa</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">de fazer chover</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: left"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">em nosso piquenique</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">(Caprichos e Relaxos)</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span></o:p></p><div><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Depois de 20 anos de sua morte, o poeta e escritor paranaense ainda chove em nosso piquenique.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;"></span></span></o:p></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Saiba por que, ainda hoje, o poeta polaco mulato paranaense, o cachorro louco da nossa literatura, atrai a atenção de jovens leitores</span>.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span></o:p></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span> </p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Nome definitivo na literatura brasileira, Paulo Leminski faleceu em 07 de junho de 1989, há exatos 20 anos, em Curitiba, vítima de cirrose hepática.</span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Ao contrário do que acontece em uma sociedade de “celebridades”, o fim da vida de Leminski, marcada por uma constante paixão pela linguagem, não esfriou o grande interesse pela sua obra.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">O biógrafo do poeta, Toninho Vaz, garante: o interesse sobre a vida e obra de Paulo Leminski continua crescendo.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">O bandido que sabia latim</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></b></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Biografia lançada em 2001 pela Editora Record, “O bandido que sabia latim” (do jornalista e amigo de Leminski, Toninho Vaz) entrou em sua 3ª.edição em maio, perfazendo o total de 8 mil exemplares. Extra oficialmente, a biografia é um dos livros mais acessados através de download grátis em sites de busca na internet.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Apesar desse grande interesse pela vida intensa de Leminski, Toninho Vaz percebe que a atração é mais direcionada ao valor da obra que a questões folclóricas da figura “bandida” do artista. </span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">“Os jovens querem saber se ele realmente tinha valor, se sua poesia se sustenta como obra e não como nuvem passageira”, diz Toninho, com agenda cheia de palestras.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">“Acontece que o Leminski era um sujeito autêntico e um verdadeiro poeta – não vai ser em toda esquina que você vai encontrar isso”, afirma.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span></o:p></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">nunca quis ser</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">freguês distinto</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">pedindo isso e aquilo</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">vinho tinto</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">obrigado </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">hasta la vista</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span></o:p></p><div><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">queria entrar</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">com os dois pés</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">no peito dos porteiros</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">dizendo pro espelho</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">_ cala a boca</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">e pro relógio</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">_ abaixo os ponteiros</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><b><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-large;">As mil faces do poeta</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></b></p><div><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Leminski transitou por diferentes áreas da linguagem e rompeu barreiras da literatura tradicional.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Publicitário, tradutor, professor de cursinho, compositor de música popular (teve parceria com Moraes Moreira, Caetano Veloso e Guilherme Arantes entre outros) e até colunista de TV (participava de um programa chamado Jornal de Vanguarda, na Bandeirantes, em 1988 <a href="http://www.youtube.com/watch?v=ZkS3LzXGIk0&feature=related">http://www.youtube.com/watch?v=ZkS3LzXGIk0&feature=related</a></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'Times New Roman';"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=V7ZManYbmp0">www.youtube.com/watch?v=V7ZManYbmp0</a></span>), Leminski mergulhou na poesia e na prosa estilhaçando preconceitos e estabelecendo novos parâmetros para a criação literária no país.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Como romancista, publicou “Catatau” (1975) e “Agora que são elas” (1984). Na poesia, publicou “Não fosse isso e era menos. Não fosse tanto e era quase”(1980), “Caprichos & Relaxos”(1983) e “Distraídos Venceremos”(1987). Para o público infanto-juvenil, fez “Guerra dentro da gente” (1986).</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Polilíngue, traduziu livros como “Pergunte ao pó”, de John Fante, “O supermacho”, de Alfred Jarry, “Satiricon”, de Petrônio, “Um atrapalho no trabalho”, de John Lennon e “Malone morre”, de Samuel Beckett.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p></div><div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Judoca faixa-preta, traduziu os japoneses Yukio Mishima (1925-1970), Matsuo Bashô (1644-1694) e ainda se arriscou na forma dos haicais (poemas curtíssimos que tradicionalmente trazem uma imagem sobre uma estação do ano com uma métrica definida, o que não era seguido por Leminski necessariamente).</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Ex-monge beneditino, zen-budista também interessado em astrologia, Leminski escreveu biografias de personalidades que vão do revolucionário russo Trotski e do poeta catarinense Cruz e Souza a nada mais nada menos que Jesus Cristo.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span> </div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Coloquial e erudito, Leminski misturou o que recebeu do modernismo de Oswald de Andrade ao rigor dos concretistas Décio Pignatari, Haroldo e Augusto de Campos no liquidificador do cenário cultural dos anos 1970, garantindo um lugar próprio na literatura brasileira.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Para Caetano Veloso, “Leminski foi o poeta mais apaixonado e o escritor mais intenso de sua geração”.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">POESIA: 1970</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><br /><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">Tudo o que eu faço</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">alguém em mim que eu desprezo</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">sempre acha o máximo.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">Mal rabisco,</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">não dá mais para mudar nada.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">Já é um clássico.</span></span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-INDENT: 35.4pt; mso-pagination: none; mso-layout-grid-align: none; punctuation-wrap: simple"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><br /></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-INDENT: 35.4pt; mso-pagination: none; mso-layout-grid-align: none; punctuation-wrap: simple"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="FONT-WEIGHT: bold; COLOR: rgb(153,0,0)"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-large;">Leminski é novidade hoje</span></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">O datado de Leminski é mais importante do que 99% do que se escreve hoje, diz o poeta <span class="Apple-style-span" style="color:#990000;">Régis Bonvicino</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></i></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Apesar do grande interesse despertado por Leminski ainda hoje, nem toda a sua obra pode ser considerada atual, de acordo com o poeta Régis Bonvicino (<a href="http://regisbonvicino.com.br/">http://regisbonvicino.com.br/</a>). A forma do haicai, por exemplo, já teria sido banalizada e, portanto, esgotada.</span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Bonvicino era amigo pessoal de Leminski e reuniu e lançou cartas remetidas a ele de 1976 a 1981 sob o título “Envie meu dicionário – Cartas e alguma crítica” (1999), livro que forma um retrato das concepções poéticas de Leminski na época.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Segundo Régis Bonvicino, mesmo que algumas inovações de linguagem trazidas por Leminski estejam ultrapassadas devido a novas experiências nacionais e internacionais, o datado de sua obra seria mais importante do que 99% do que se escreve hoje. Entre essas novas experiências de linguagem, Bonvicino cita os norte-americanos Charles Bernstein e Ron Silliman.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">“Para citar outros paranaenses: para cada Josely Vianna Baptista e ou para cada Wilson Bueno, surgem milhares de poetas amadorísticos e desnecessários. Leminski é um nome definitivo da literatura brasileira, como Dalton Trevisan, por exemplo. E no Brasil tudo caiu a partir dos anos 1990 e então o que ele fez se sustenta até como novidade ainda”, afirma.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">De acordo com Bonvicino, Paulo Leminski veio em seguida à última geração que teve projeto literário (obra e visão convertida em trabalhos pela e para a literatura), a de Gullar, de Augusto de Campos, de Décio Pignatari. “Ele, Torquato Neto e Ana Cristina César são os únicos -- depois dessa geração que menciono -- a terem uma visão de estado da literatura”, ou seja, a realizarem uma reflexão sobre a linguagem, a abrir “picadas” que precisariam continuar sendo abertas hoje, na sua opinião.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">moinho de versos</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">movido a vento</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span> </div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">em noites de boemia</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">vai vir o dia</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">quando tudo que eu diga</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span> </div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">seja poesia</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><br /></span></p><div><b><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-large;">Paixão pela linguagem</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></b></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Vida inteira de poesia foi intensa para o polaco mulato chamado Leminski.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></i></p><div><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Paulo Leminski Filho – tinha o mesmo nome do pai – nasceu em 24 de agosto de 1944, em Curitiba.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Filho primogênito de um sargento do exército, Leminski insistia em se apresentar como mestiço de polonês (por parte de pai) e negro (por parte de mãe).</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div> </div><p class="MsoNormal"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Infância</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></b></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Na lembrança de uma tia, era uma criança esperta e “superativa”.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span></o:p></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">Minha mãe dizia:</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">_ ferve, água!</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">_ frita, ovo!</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">_ pinga, pia!</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">E tudo obedecia</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Aos treze anos, estudando no Colégio Paranaense (marista), decidiu se tornar monge e, levado pelo pai, internou-se no Mosteiro de São Bento, em São Paulo.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Sem nenhuma dificuldade de adaptação (só não gostava de jogar futebol, apesar de ser um garoto corpulento), Leminski interessou-se por latim e grego. Mas não era caxias. “Era considerado mais um anarquista com idéias próprias e originais”, lembra Sinval de Itacarambi Leão, jornalista.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-INDENT: 35.4pt; mso-pagination: none; mso-layout-grid-align: none; punctuation-wrap: simple"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">abrindo um antigo caderno</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">foi que descobri</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal" style="TEXT-INDENT: 35.4pt; mso-pagination: none; mso-layout-grid-align: none; punctuation-wrap: simple"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">antigamente eu era eterno</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Com alguns colegas, tinha atitudes ousadas, como, por exemplo, conhecer todas as salas proibidas e andar sobre o telhado do mosteiro nas madrugadas. </span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Quando um álbum de vedetes (sua preferida era Brigitte Bardot) foi descoberto de baixo de seu colchão, a direção educadamente o convidou a se transferir para outro colégio.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span></o:p></p><div><br /> </div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">nunca sei ao certo</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">se sou um menino de dúvidas</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span> </div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">ou um homem de fé</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">certezas o vento leva</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">só dúvidas continuam em pé</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Juventude</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></b></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">De volta a Curitiba, Leminski passou no vestibular em Direito na Universidade Federal do Paraná e em Filosofia (Letras) na Católica. </span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Em 1963, conseguiu ir, pela faculdade de Direito, a Belo Horizonte para a Semana Nacional de Poesia de Vanguarda.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span> </div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Lá, conheceria Décio Pignatari, Haroldo e Augusto de Campos, o pessoal da poesia concreta paulista, editores da revista Noigandres, com os quais tinha muitas afinidades. A disposição para adotar uma atitude de vanguarda seria alimentada por esse encontro.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">isso de querer</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">ser exatamente aquilo</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">que a gente é</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">ainda vai</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">nos levar além</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Maturidade</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></b></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Com o passar do tempo, a completa identificação com a poesia concreta foi se desfazendo. Ele passaria a refletir que só a preocupação com a forma não bastava para a poesia.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">A partir dali, Leminski não parou mais de “pesar a barra no sentido do texto-criação/ a coisa-linguagem/ o signo opaco/ sem sair do jornalismo/ contrato social/ eu falo- você entende” (carta a Régis Bonvicino, 14/03/1979).</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span> </div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Casou-se com Alice Ruiz, com quem tem duas filhas e um filho - morto ainda criança, em decorrência de um câncer. Além desse episódio trágico, em 1986 perdeu o único irmão Pedro Leminski, que cometera suicídio. Seria a primeira vez que Paulo Leminski fala em morrer a Alice Ruiz. O alcoolismo avança e o casal acaba se separando. </span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></div><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal">Contados por Alice Ruiz, os últimos dias de vida do poeta:</p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><b><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">2 de junho de 1989 (The shadow of your smile)</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></i></b></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Você me liga mais triste do que de costume. Me diz teu último poema. Falamos da felicidade. Você pergunta da minha. Digo, como Borges, “que hay tantas otras cosas en la vida” além da felicidade. Você me diz que ela ficou na Cruz do Pilarzinho, que felicidade para você is just memories. Eu canto, “memories, make it beautiful as yet”, tentando ainda ser leve, mas você me interrompe chorando, e eu, mesmo sem querer, choro também.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></i></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><b><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">6 de junho de 1989 (se houver céu P.L.)</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></i></b></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Estranho você não ter ligado nos últimos dias. De tarde, no trabalho, perco a consciência, desligo de repente e é como se sonhasse com você. Apenas te vejo, sorrindo, nítido como se estivesse mesmo ali. Acordo com o peito oprimido e um gosto de adeus na boca.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></i></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">(Publicado em Memórias de Vida, Curitiba, 23 de agosto de 1989, Fundação Cultural, Prefeitura Municipal de Curitiba)</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">nada foi</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">feito o sonhado</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">mas foi benvindo</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">feito tudo</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">fosse lindo.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"></span></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="FONT-WEIGHT: bold"><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-large;">Arte por Leminski e</span></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><b><span class="Apple-style-span" style="color:#990000;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-large;">Leminski pela arte</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></b></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Trechos de entrevista a Almir Feijó, revista Quem (1978, Ctba) mostra concepção poética do artista.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></i></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Poesia concreta:</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> “[...] pode-se dizer que talvez ninguém mais esteja fazendo poesia concreta no Brasil mas a poesia concreta é a grande influência sobre a poesia que se faz no Brasil.” [...] No caso brasileiro influenciou até a música popular. Influenciou desde Chico Buarque, que diz “pedro pedreiro”.O Caetano é um dos melhores poetas concretos do país. Um poeta que diz: “Quero ver Irene rir. Quero ver Irene dar sua risada.” A sensibilidade de Caetano é uma sensibilidade naturalmente concreta.”</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">“A grande mensagem da poesia concreta foi a materialidade da linguagem.”</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Linguagem:</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> “Chego mesmo a dizer que a literatura é o principal inimigo da poesia. O papel da poesia é se desvencilhar da literatura, e procurar a companhia de outras artes, como o desenho, a fotografia ou a música.” </span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Arte “engajada”:</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> “ Esse movimento, encarnado pelos CPCs [Centros Populares de Cultura], pela figura de Ferreira Gullar e Thiago de Mello, eles canonizam um tipo de poesia que é uma poesia discursiva, retórica, uma poesia demagógica e no fundo, cristã. Apelativa, sentimentalóide, quando se pretende contundente politicamente e enquanto denunciando as mazelas sociais aqui e ali”.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Engajamento na arte:</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> “[...] o front na forma, é ali que deveria ser exercido (o discurso de mudança) realmente. No Brasil foi feita essa dissociação que é promovida por muita gente e eu desconfio que por detrás dela há, inclusive, os interesses comerciais de muitas casas [...] Acho muito suspeito quando vejo que os poetas ditos políticos defendem as mesmas coisas que os comerciantes.”</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">“A posição que eu escolhi é para ser uma espécie de oposição na linguagem, permanente.”</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><o:p></o:p></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"></span></o:p></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">lembrem de mim</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">como de um</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">que ouvia a chuva</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">como quem assiste missa</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">como quem hesita, mestiça,</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><o:p></o:p></span></span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">entre a pressa e a preguiça.</span></span></p></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-54304141773531133062009-04-23T16:37:00.003-03:002009-04-23T16:44:16.071-03:00Banco de horas não garante emprego<span style="font-size:85%;"><span style="color:#660000;"><em>Estudos mostram o contrário do que argumentam empresários, de acordo com pesquisador.</em></span><br /><br />Sob o argumento preservar empregos nesse momento de crise global, as empresas propõem a implantação do Banco de Horas.</span><br /><span style="font-size:85%;"><br />O Banco de Horas é uma medida que coloca o trabalhador na defensiva, assim como as férias coletivas, o “lay-off” (suspensão temporária do contrato de trabalho) e a redução da jornada com redução de salário.<br /><br />Para entender um pouco mais como funciona o Banco de Horas, conversamos com o doutor em Economia Social e do Trabalho pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o professor José Dari Krein.<br /><br />Na entrevista a seguir, saiba como surgiu e o que mostram os recentes estudos a respeito dessa forma de flexibilizar a jornada de trabalho.<br /><br /><br /><span style="font-size:100%;color:#660000;"><strong>“Temos que pensar por outra lógica”</strong></span><br /><br /><em><span style="color:#660000;">Como o banco de horas nasceu? Antes de virar lei em 1998, o banco de horas já existia, já era praticado?</span></em></span><span style="color:#660000;"><br /></span></span><span style="font-size:85%;"><br />Dari Krein: O Banco de Horas aparece primeiramente nos países centrais com a história da “modulação” da jornada. A modulação da jornada nos países centrais foi negociada por negociação coletiva entre sindicatos de trabalhadores e empregadores, geralmente combinando a redução da jornada e a adoção da jornada flexível por parte da empresa. Os acordos vão permitir até – em certas circunstâncias, em determinados segmentos – os trabalhadores terem uma certa liberdade de, por exemplo, sair na hora do trabalho. Isso vinculado com a redução da jornada.<br /><br /><em><span style="color:#660000;">Isso nos anos 1980?</span></em><br /><br />Dari Krein: Sim, nos países centrais. Nos anos 1990, no caso brasileiro, o Banco de Horas não estava previsto legalmente. O que estava previsto é: existe uma jornada máxima de 44 horas semanais e a compensação de qualquer alteração desse horário deveria ser feita na semana. Há aí uma controvérsia porque, para alguns juristas, o Banco de Horas é ilegal porque ele não respeita a jornada máxima semanal – a Constituição diz que a jornada máxima pode ser de 44 horas semanais.<br /><br />Nos anos 1990, aqui no Brasil, num período de grande recessão, de crise, o setor automotivo achou uma alternativa de combinar a redução da jornada de trabalho com a implantação do Banco de Horas. Esses primeiros acordos não tinham respaldo legal. Você tinha um mecanismo informal de compensação das horas extras, que iria ser referendado pela própria Justiça do Trabalho mais tarde. Então, o Banco de Horas aparece como alternativa para enfrentar a questão do emprego. O Banco de Horas foi aprovado em 1998, somente, mas havia vários acordos que o admitiam informalmente.<br /><br /><em><span style="color:#660000;">O Banco de Horas pode ser considerado uma garantia de emprego em momentos de crise?</span></em><br /><br />Dari Krein: Estudos mostram que o Banco de Horas tende a racionalizar a utilização do tempo do trabalho. Ou seja, uma empresa vai modular a jornada de acordo com suas necessidades durante o ano, utilizando os trabalhadores em momentos que ela tem maior nível de atividade e dispensando os trabalhadores em momentos de menor nível de atividade. Isso faz com que ela tenha uma economia do ponto de vista da quantidade de trabalho necessária para executar sua atividade. O Banco de Horas vai eliminar a “porosidade” do trabalho.<br /><br />Nesse sentido, não existe nenhuma experiência empírica que comprove que o Banco de Horas é capaz de gerar emprego. O Banco de Horas só pode evitar, se houver uma expectativa favorável da empresa de em um futuro utilizar de forma intensa o trabalho. O trabalhador fica devendo para a empresa horas não trabalhadas e vai pagá-las quando o nível de atividade da empresa for retomado. Então, no máximo, ele pode evitar algumas demissões no curto prazo. Mas não gera emprego.<br /><br />Além de não gerar emprego, o Banco de Horas tende a fazer que a empresa ocupe menos trabalhadores para executar as tarefas – e isso significa demissão. Por quê? Porque o Banco de Horas elimina a “porosidade”, elimina o tempo morto, aquele tempo em que tem alguém limpando ou em que quebrou a máquina... Pela visão da empresa, ela utiliza menos trabalhadores com o Banco de Horas do que sem o Banco de Horas.<br /><br /><span style="color:#660000;"><em>A redução de jornada sem redução de salário seria uma boa medida para enfrentar o desemprego?</em><br /></span><em><br /></em>Num período mais recente, vários setores alcançaram níveis de produtividade que não foram repartidos com o trabalho. Eles podem ser repartidos como? Pela elevação dos salários e pela redução da jornada de trabalho. São pouquíssimos os acordos que conseguiram reduzir jornada de trabalho. A tendência geral foi intensificar o ritmo de trabalho e fazer com que o trabalhador ficasse ocupado com o trabalho inclusive fora da hora do trabalho, pensando na solução de problemas, em qualificação etc tudo para assegurar o emprego. Mesmo não tendo acontecido um aumento formal da jornada, aconteceu uma progressiva invasão do tempo do trabalho sobre o tempo social, da vida.<br /><br />Agora, eu acho que a questão da redução da jornada de trabalho se impõe não só do ponto de vista de geração de emprego, mas fundamentalmente porque esses novos padrões do mercado de trabalho estão se mostrando extremamente danosos do ponto de vista da saúde e da vida das pessoas. Não é sem razão que o stress e a ansiedade são as doenças do trabalho no século XXI.<br /><br />Mas não é, na minha opinião, uma bandeira fácil de ser implementada. Pesquisas mostram que, infelizmente, trabalhadores preferem trabalhar mais para receber mais que trabalhar menos e receber o mesmo salário. Isso são os valores de uma sociedade consumista. Essa questão implica um esforço grande do ponto de vista do movimento sindical de convencer os trabalhadores de que temos que pensar, por uma outra lógica, sobre como vou me inserir no mundo. Uma outra lógica de desenvolvimento, uma outra lógica que passe pela questão da sustentabilidade do nosso planeta, uma outra lógica que não seja a do compromisso de consumir, consumir e consumir. Acho que é uma bandeira absolutamente atual, mas deve estar ligada a pensar uma transformação mais geral da sociedade.</span><br /></span>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-45069260689525217982009-03-12T16:29:00.006-03:002009-03-12T16:54:04.182-03:00A paz é fruto da justiça<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrb2d5ryUS7tIMdLJkCqm_OyqDoV1VPXVLxfFG9Cpwbmzwyae1fr4jKzLS_601iFpK_dyMc9G9jht3D6vsYs2yN3LUp-jNGtMp1KbmV9-IU5c_4hyVt31lHnHTR6QWxVACxl8NsqixArPv/s1600-h/Pastoral+carcer%C3%A1ria+16.Bytes.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5312391299247879906" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand; HEIGHT: 134px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrb2d5ryUS7tIMdLJkCqm_OyqDoV1VPXVLxfFG9Cpwbmzwyae1fr4jKzLS_601iFpK_dyMc9G9jht3D6vsYs2yN3LUp-jNGtMp1KbmV9-IU5c_4hyVt31lHnHTR6QWxVACxl8NsqixArPv/s200/Pastoral+carcer%C3%A1ria+16.Bytes.JPG" border="0" /></a><br /><div><span style="font-size:85%;"><span style="color:#660000;">Violência combate violência? Pe Gunther, da Pastoral Carcerária de SP, diz que não.<br /></span><br />Pe Gunther Zgubic faz parte da coordenação nacional da Pastoral Carcerária, área social da Igreja Católica de defesa dos direitos de presos e presas. Nascido na Áustria, ele vive no Brasil há 17 anos. Trabalhou em favelas no Jardim Ângela em São Paulo e com moradores de rua.</span><br /><span style="font-size:85%;"><br />Idealizador do tema “violência” da Campanha da Fraternidade de 2009, organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Pe Gunther Zgubic falou comigo sobre segurança pública, ao telefone.<br /><br />Para ele, a população deve começar a agir e cobrar mais justiça social e uma política de segurança preventiva, voltada à integração comunitária.<br /></span><br /><p><span style="font-size:85%;"></span></p><p><span style="font-size:85%;"><span style="color:#990000;">1) Muitos programas de programas de TV pedem pena de morte, redução da idade penal etc. Para eles, e para a maioria da população, o problema do crime é a falta de repressão. Mas, ao invés de recuperar o preso, as prisões são freqüentemente lugares onde se incita ao crime e à violência. Como quebrar esse círculo vicioso?</span><br />Acho que com outro discurso, talvez. Eu acho que a população, em verdade, não quer tanto a morte, mas segurança de vida como direito para todos.<br /><br />Dessa forma, eu espero que se possa sair desse discurso de “vocês só defendem bandidos e não olham para as vítimas”. Se nós não queremos o ódio (o ódio sempre vai criar círculo vicioso), nós precisamos ver que existem outras soluções. As outras soluções têm resultados mais convincentes do que a pura repressão. E isso agora é fato.<br /><br />Onde a segurança pública (de vida) melhorou foi onde começou um trabalho de toda uma justiça social, mas também um trabalho comunitário.<br /><br /><span style="color:#990000;">2) Sabemos que no Brasil só vai para a cadeia o chamado “ladrão de galinha”. Entretanto, os crimes de colarinho branco (corrupção, desvios de verbas nas altas esferas), são os que trazem as conseqüências mais trágicas para a nossa sociedade, como fome, desemprego, falta de assistência à saúde, analfabetismo, recessão da economia... É possível ter paz sem igualdade e justiça social?</span><br />Em um mesmo sistema econômico, cada país tem uma injustiça social mais ou menos ruim. Mas você tem num mesmo país, na mesma população, por exemplo, numa favela ou num município (incorporado a outro) menos crimes, menos violência que no outro.<br /><br />Você tem o Jardim Ângela de Diadema, em São Paulo. Aquele era o município com mais violência no Brasil. E dentro de sete anos se reduziu o número de homicídios e outros problemas em 70%. Você tem outros bairros com a mesma economia em São Paulo...<br /><br />Agora, vem a questão: porquê? Porque se aplicou um outro modelo de segurança pública. E esse modelo não se baseou na repressão como resposta da segurança pública para caçar criminoso. A justiça social é importantíssima. Mas o tema segurança pública tem uma pauta própria que inclui muitos aspectos, até a justiça social. Não se pode reduzir um tema próprio a outros que lhe estão associados.<br /><br />O sistema de segurança pública é tratado como um modelo de cima para baixo. É responsabilidade só do Estado. Aí já estamos numa imposição de cima para baixo, numa visão que não é democrática, e numa falta de colaboração dos moradores.<br /><br />Se nós queremos uma democracia participativa, planejamento estratégico participativo, então, os próprios moradores, os próprios grupos afins, por exemplo, uma fábrica, qualquer grupo deve ser trabalhado de forma própria.<br /><br />Em São Paulo há diversos bairros em que os crimes, de bairro para bairro, são diferentes. No centro da cidade você tem pequenos furtos e narcotráfico, em outros bairros, mais homicídios ou furtos de carros. Então, o segredo em toda a melhora é um trabalho de conjunto.<br /><br />Os moradores devem se unificar, unir, e a situação deles deve ser ouvida. Para matar ou tentar um novo modelo. Os Consegs, os conselhos da polícia em São Paulo, eram tipicamente assim: os comerciantes pagavam para a polícia matar as crianças de rua, por exemplo. Esse modelo já conhecemos e nada melhorou. (...)<br /><br />Se você quiser uma polícia que não maltrate o povo, você tem que ter uma polícia comunitária. Temos conquistas no Brasil que se chamam: polícia comunitária, justiça preventiva e comunitária e pena como serviço comunitário. Na escola não podemos esperar ver um ou outro aluno começar com brutalidade. Sabemos que tem problema familiar ali. Essas famílias precisam ser acompanhadas. Isso é bem diferente de matar, bater ou prisão.<br /><br />Se você tem uma política de observação, além das políticas sociais, você tem uma forma de mediação do conflito.<br /><br />Um promotor da infância e adolescência tem, em Santo André, programas na escola. Ocorreu um problema grave na escola, a comunidade escolar com os professores, pais e também a justiça e a polícia comunitária.<br /><br />Mas não é para punir, com vingança e ódio.<br /><br />Em Diadema todos os funcionários municipais foram treinados em mediação de conflitos. Acho que não deveria ser somente funcionários do Estado, mas lideranças comunitárias fazerem um treino em conjunto, inclusive para a polícia aprender a experiência dos próprios moradores. Tem muitas medidas da linha da polícia comunitária, justiça comunitária e pena comunitária. São três grandes reformas que o sistema da segurança pública precisa.<br /><br /><span style="color:#990000;">3) A não-violência significa passividade diante das injustiças?</span><br />É o contrário.<br /><br />É uma não-violência ativa que não aceita uma série de injustiças e falta de respeito, mas que se organiza.<br /><br />A comunidade está ali. Cobra. Aperta. Coloca limites.<br /><br />Enquanto polícia só correr de carro e não tiver um relacionamento personalizado porque não pertence à comunidade, enquanto todo mundo tiver medo polícia por sua brutalidade, a coisa não melhora.</span><br /></p></span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-31320718945000938312009-03-12T16:21:00.002-03:002009-03-12T16:24:05.168-03:008 de Março - Feminista com toda a razão!<span style="font-size:85%;"><em><span style="color:#990000;">Margarita Aguinaga, equatoriana, confessa quais flores quer ganhar dia 8/3</span></em></span><br /><span style="font-size:85%;"><em><span style="color:#990000;"></span></em><br />Para a maioria das mulheres, dia 8 de março é um dia qualquer. Algumas recebem rosas vermelhas, outras um modesto parabéns por suportar o peso de ser a “rainha do lar” e outras, talvez, nem isso.<br /><br />Para uma militante feminista, o dia 8 de março não é um dia qualquer. Mais que uma data comemorativa, para Margarita Aguinaga, o Dia Internacional da Mulher é um dia de luta.<br /><br />Margarita Aguinaga mora no Equador e se dedica à causa das mulheres. Presente no Fórum Social Mundial 2009, ela é hoje uma das lutadoras que mais se destacam no feminismo internacionalmente.<br /><br />“A maioria das mulheres do mundo vive em terríveis condições de pobreza, de dominação sexual, de exclusão política ” diz.<br /><br />Veja os principais aspectos que, segundo Margarita, faz a luta feminista ter sentido hoje.<br /><br /><span style="color:#990000;">Igreja e governos conservadores</span><br />Uma ofensiva conservadora do Vaticano e dos governos de direita no mundo inteiro avança pela proibição de que as mulheres decidam sobre seu próprio corpo.<br /><br />Na maioria dos países, principalmente nos menos desenvolvidos, as mulheres são penalizadas ao fazerem abortos. Muitas morrem por realizarem abortos clandestinos sem a mínima condição de saúde. Para ela, o ataque contra o direito ao aborto é um fenômeno global, ainda que em vários países haja leis a favor desse direito.<br /><br />A legalização do aborto é uma luta histórica do movimento feminista em defesa da autonomia das mulheres sobre seus corpos e suas vidas.<br /><br /><span style="color:#990000;">Migrantes em países ricos</span><br />Latino-americanas, mulçumanas, asiáticas e africanas se converteram na força de trabalho do mundo desenvolvido.<br /><br />A grande maioria não tem direito a um trabalho digno, fazendo trabalhos manuais considerados de menor valor.<br /><br />A internacionalização da força de trabalho, condição para a reprodução do capital, é afetada diretamente em momentos de crise, piorando ainda mais as condições de trabalho das imigrantes, de acordo com Margarita.<br /><br /><span style="color:#990000;">América Latina</span><br />Na América Latina, o número de desempregadas (mulheres) é 1,6 vez maior que entre os homens. Essa é uma das constatações do Panorama Laboral 2009, divulgado em 27 de janeiro pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).<br /><br />Para Margarita, existe na América Latina um projeto anti-capitalista que precisa ser aprofundado para que se criem alternativas feministas.<br /><br />Esse projeto anti-capitalista teria acirrado a luta de gêneros no Equador, Venezuela e Bolívia. De acordo com ela, isso tem a ver com o exercício dos direitos humanos, o crescimento de organizações de mulheres e luta contra a “feminização” neoliberal da pobreza.<br /><br /><span style="color:#990000;">Que flor Margarita quer?</span><br />“ Neste 8 de Março não tenho o que dizer senão que as únicas flores que quero receber são as do impulso, da criação fértil e da confiança em nossa luta”, diz a feminista que se despede com “abraços vermelhos, violetas, com muito amor feminista a todas, todas, diversas e lutadoras...”<br /><br />Baseado no artigo “Ocho de marzo”, disponível em espanhol em </span><a href="http://alainet.org/"><span style="font-size:85%;">http://alainet.org</span></a><span style="font-size:85%;">.</span><br /></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-24418494317666228492009-02-21T19:46:00.009-03:002009-02-22T18:52:08.201-03:00Literatura erótica<span style="color: rgb(102, 0, 0); font-weight: bold;font-size:85%;" >Erotismo versus Pornografia</span><span style="font-size:85%;"><br /><br /></span><span style="color: rgb(153, 0, 0);font-size:85%;" ><em>O Sesc SP embalou no clima de Carnaval e promoveu oficinas e conversas sobre literatura erótica neste fevereiro.Estive em 17/02 no Sesc Pinheiros para ver o que a respeito diriam Ivana Arruda Leite e João Silvério Trevisan.</em><br /></span><span style="font-size:85%;"><br />Considerando-se ambos faces bem diferentes de uma mesma moeda, Ivana mostrou o lado da mulher atormentada e vingativa, cujo erotismo, na acepção corrente do termo, não entrava em sua literatura de maneira “madura”; já João Silvério - cujo Erotismo (sempre aliado à Poesia e ao Sagrado) alinhavou por completo toda sua obra nos altos de seus 64 anos - apresentou a posição complicada de poeta “homo-erótico” , termo que abomina (como eu), numa sociedade hipócrita.<br />Transcrevo as respostas à minha participação, que não se deu em forma de nenhum strip - eles não sabem o que perderam - mas na seguinte pergunta/inquietação:<br /><br /></span><span style="color: rgb(153, 0, 0);font-size:85%;" >Hodierna-</span><span style="font-size:85%;"> </span><span style="color: rgb(153, 0, 0);font-size:85%;" >Eu queria saber como o humor entra nos textos eróticos. Quando a gente coloca uma pitada de humor, descamba para a pornografia? Qual a diferença de uma coisa para a outra? Essa diferenciação é válida?</span><span style="font-size:85%;"><br /></span><span style="font-size:85%;"><br /></span><span style="color: rgb(153, 0, 0);font-size:85%;" >João Silvério - </span><span style="font-size:85%;">Talvez fosse o caso de ler essa introdução do texto, na verdade, é uma discussão assim: nós poderíamos falar de uma arte homo-erótica ou não? Coisa que eu tenho absoluto repúdio por essa idéia. Talvez fosse o caso de eu ler essa introdução em que eu faço uma tentativa de aproximar erotismo e pornografia.<br /><em>(começa a ler)</em><br />O primeiro problema ao se falar em erotismo na literatura são as definições dos dois termos, basicamente subjetivos e discutíveis. Erótico seria o mesmo que pornográfico ou obsceno?Ou haveria xx para uma coisa erótica diferenciar-se de algo pornográfico? Muita gente contrapõe à maior sofisticação estética do erotismo a desleixada representação estética da pornografia. Então, grosso modo, a tendência é classificar o erótico como aquilo que é "bem feito" e pornográfico, aquilo que é "mal feito".<br />Mas há também quem aponte gradações “sexuais” diferenciando um conceito do outro. O erótico implicaria uma certa “sutileza“, não existente no pornográfico, que tenderia ao chulo. Mas, nesse sentido, poderia se dizer também que o erótico é mais reprimido e o pornográfico mais livre. Significaria portanto que o erotismo apresenta um retrocesso frente à pornografia.<br />Duvido que seria mesmo xx o erotismo do cântico dos cânticos bíblico que trabalha em cima de metáforas que nada ficam a dever em beleza e expressão na extrema sexualização xxxx. Em compensação, representaçôes de cenas pornográficas da antiguidade nos parecem hoje de uma beleza estonteante. Basta ver os antigos vasos gregos ilustrados com posições sexuais explícitas ou as escandalosas esculturas fálicas das ruínas de Pompéia.<br />E o Marquês de Sade seria pornográfico por sua extrema crueza? Ou erótico, por sua sofisticação intelectual? Então, por que o erótico não poderia ser extremamente cru sem deixar de ser erótico e o pornográfico mais sofisticado intelectualmente sem deixar de ser pornográfico?<br />No fundo, tendo a achar que se trata de uma discussão quase bizantina a partir de conceitos forjados de maneira equivocada ou preconceituosa. Da minha parte, posso dizer as duas coisas pois vivo a sexualidade totalmente mesclada. Pois aí está a verdadeira capacidade de subversão do humano: de instalar a poesia no coração da matéria. (texto transcrito a partir de áudio, passível de uma audição incorreta).<br />(para de ler)<br />Então não me interessa muito. Acho um pouco perda de tempo fazer essa diferença. Me lembra uma pessoa da minha família que me telefonou furiosa me perguntando por que eu gostava tanto de agredir as pessoas. Eu respondi assim: se meu amor te agride , isso é problema teu, não meu. Porque eu estava falando absolutamente de amor porque eu estava falando de posições amorosas, mas, enfim , com um viés poético levado às últimas consequências, até o ponto de não ter medo de entrar nos detalhes, aparentemente mais sórdidos.<br />É... Enfim, eu não sei.<br /><br /></span><span style="color: rgb(102, 0, 0);font-size:85%;" ><span style="color: rgb(153, 0, 0);">Ivana </span></span><span style="color: rgb(153, 0, 0);font-size:85%;" >- </span><span style="font-size:85%;">Eu queria falar sobre o humor, que você falou. Eu acho importantíssimo. Uma das coisas, um dos ingredientes que tornam o erotismo um barato, que eu sei lidar com ele, é quando eu ponho o humor. Então sempre, sempre que posso - que aí eu tenho certeza que eu não estou sendo ... O humor é uma garantia de que meu pé está no chão, entendeu? Que aquilo é uma coisa real, porque, na verdade, eu acho o sexo uma coisa muito risível.<br /><em>(Marcelino Freire, atrás de mim, começa a gargalhar)</em><br />Se você não fala com humor, você não está falando de sexo entre duas pessoas normais.<br /><br /></span><span style="color: rgb(153, 0, 0);font-size:85%;" >João -</span><span style="font-size:85%;"> Ana, eu queria fazer uma experiência, ler um poeminha. <em>(todos riem)</em> Eu queria saber se você vai achar risível, mas eu estou dizendo isso a sério - não é para te botar numa saia justa não... A história que me foi contada foi a de um rapaz no Recife que estava me dizendo que ele adorava uma determinada pessoa que era meu amigo e que era amigo dele também, diretor de teatro, e esse diretor de teatro não teria feito ver a diferença entre prepúcio e crepúsculo. Eu falei: esse rapaz acaba de me fazer ter uma vivência epifânica! Inicia a leitura de <em>O prepúcio do crepúsculo.</em><br /><br /><em>Ps: Fiz a pergunta após a leitura de Gilda (</em><a href="http://doidivana.wordpress.com/2008/02/26/minicontos-ilustrados-52/"><em>http://doidivana.wordpress.com/2008/02/26/minicontos-ilustrados-52/</em></a><em>) por Ivana.<br /></em></span>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-13610065729893708352008-10-27T19:07:00.003-02:002008-10-27T19:14:03.096-02:00Crise econômica internacional - Entrevista prof. Denise Lobato Gentil (UFRJ)<span style="font-size:85%;">A crise econômica internacional começou com a inadimplência de tomadores de financiamento imobiliário nos EUA, no meio do ano passado. Uma bola de neve foi se espalhado. O movimento partiu das financeiras, que venderam os papéis dessas dívidas, a todo o sistema financeiro internacional. Os especuladores estão fugindo dos riscos (as bolsas caem). E, com medo, hoje ninguém quer emprestar.</span><br /><span style="font-size:85%;"><br />No sistema capitalista, o crédito é o motor que possibilita novos investimentos e novos empregos. Nessa crise de retração do crédito, nenhum país está completamente a salvo, apesar de certo discurso de que estaríamos imunes.<br /><br />Entrevistamos Denise Lobato Gentil, professora do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.<br /><br />Para ela, haverá mais desemprego e perda do poder de compra dos salários. O governo poderia até agir para reduzir os efeitos da crise, mas deveria atuar rápido.<br /><br />Por outro lado, a professora diz que a crise pode abrir novas perspectivas para os(as) trabalhadores(as), que sempre pagaram a conta no sistema capitalista.</span><br /></span><span style="font-size:85%;"><br /><span style="color:#990000;">Menos emprego e salário</span><br /><span style="color:#660000;"></span><br /><span style="color:#990000;">1. De que forma a crise econômica internacional mexe com o bolso do trabalhador no Brasil?</span><br /><span style="color:#660000;"></span><em>Como a economia mundial passará por uma desaceleração, o efeito inicial será de redução de postos de trabalho no setor exportador. Mas, se o governo reagir com rapidez e tomar as medidas de política econômica adequadas, o dinamismo do mercado interno poderá compensar, pelo menos em parte, essa perda de emprego imediata. Medidas como redução dos juros, maior oferta de crédito aos produtores e consumidores, redução de impostos em setores estratégicos, aumento das compras do governo e das transferências de renda da previdência e do programa bolsa família podem ter poderosos efeitos para evitar que a crise atinja o país de uma forma muito severa. O governo precisa sinalizar para os empresários e para toda a sociedade que fará o que for necessário para assegurar a manutenção do emprego dos brasileiros.<br /><br />Outro problema para os trabalhadores é que a desvalorização cambial vai fazer os preços subirem e isso reduzirá o poder de compra dos salários. Num período de baixo dinamismo econômico e elevação de custos de produção, vai haver pouco espaço para reivindicar reposição de perdas com a inflação. Mas, de novo aqui, há como contornar o problema, se houver política de intervenção no mercado para controlar o câmbio e, no limite, impor controles sobre a saída de dólares do país.</em><br /><br /><span style="color:#990000;">2. O governo brasileiro tem anunciado medidas para combater a crise? Como as medidas a serem tomadas podem afetar os trabalhadores?</span><br /><em>Para evitar a crise do setor exportador, o governo está usando parte das reservas internacionais do país para serem utilizadas por bancos que financiam o comércio exterior brasileiro. Também determinou que o BNDES libere mais R$ 5 bilhões para linhas de crédito voltadas a empresas exportadoras.<br /><br />O Banco Central reduziu o recolhimento do depósito compulsório dos bancos, para que ofertem mais crédito e também entrou no mercado vendendo dólares para evitar uma grande subida do câmbio. Todas essas políticas são importantes e corretas, mas são pontuais, paliativas e de efeitos indiretos e pouco previsíveis sobre o conjunto da economia. Tudo depende da reação dos especuladores e dos bancos. O que precisamos é reivindicar uma atuação rápida com políticas adequadas na direção do mercado de trabalho, para minimizar os efeitos da crise sobre a grande maioria da população.<br /><br />O FMI prevê, para o Brasil, um crescimento de 5,2% em 2008 e de 3,5% em 2009, acima da média da América Latina pela primeira vez em vários anos. Estamos, porém, numa situação em que as previsões são um jogo de palavras e números inúteis.</em><br /><br /><span style="color:#990000;">3. Essa crise capitalista aponta para a superação do que se convencionou chamar de neoliberalismo?</span><br /><em>É cedo pra dizer que a gestão liberal do capitalismo caiu por terra com a crise. Quando a crise chega, ninguém mais quer ser liberal, todos pedem a intervenção do Estado, porque o mercado sozinho não acha saída para a situação caótica que gerou. Mesmo assim, as principais características da gestão liberal do capitalismo permanecem, porque a intervenção estatal pode ser pouco significativa e passageira. A situação atual pode produzir o efeito pedagógico de propiciar a mudança das políticas monetária e fiscal restritivas e dar curso a políticas industriais e agrícolas que proporcionem o atendimento das necessidades da população. As crises econômicas internacionais de 1929 e dos anos 1970 provocaram uma reação criativa no Brasil. Foram implementadas diretrizes industrializantes e desenvolvimentistas, com forte presença do Estado. As saídas para a crise atual podem ir além, proporcionando desenvolvimento com justiça social. Isso poderia abrir novas perspectivas de futuro para aqueles que sempre pagaram a conta dos sucessos e falências do capitalismo.</em></span><em><br /></em></span>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-51678976720671359162008-10-09T17:25:00.002-03:002008-10-09T17:33:45.850-03:00Pré-sal: É preciso criar uma nova estatal?<span style="font-size:85%;"><span style="color:#000000;">Um dos debates sobre a descoberta de petróleo na camada pré-sal (faixa que vai de Santa Catarina ao Espírito Santo, situada a mais de 7 mil metros abaixo do mar) é a criação ou não de uma nova estatal para explorar a área.<br />A discussão se dá porque a Lei do Petróleo de 1997, feita por Fernando Henrique, tira o monopólio da Petrobrás. Conforme declarações, a intenção do governo é destinar os recursos à União. A maneira para se fazer isso está sendo questionada.<br />Debate organizado pela Folha de São Paulo, em 25/09, perguntou “É preciso criar uma nova estatal?”. Para todos que saíram do auditório, independente de visões ideológicas, a questão foi tratada de maneira secundária, sendo a necessidade da mudança (ou não) do marco regulatório do setor o debate central. A percepção mais geral é a de que o governo Lula tende a criar um modo de aumentar a participação da União, isso a ser divulgado depois das eleições.<br /><br />Os participantes foram:<br /><span style="color:#990000;">Luiz Pinguelli Rosa</span>, ex-presidente da Eletrobrás e diretor da Coppe (UFRJ);<br /><span style="color:#990000;">David Zylberstajn</span>, secretário de energia do governo Covas (1995-1998) - comandou diversas privatizações no setor – e ex-diretor geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo);<br /><span style="color:#990000;">Ivan Simões</span>, geólogo do IPP (Instituto Brasileiro do Petróleo), entidade que reúne as petroleiras e<br /><span style="color:#990000;">Luiz Carlos Bresser-Pereira</span>, ministro dos governos de Sarney e de FHC.<br /><br />Segue a transcrição dos momentos mais elucidativos do debate. A maior parte das respostas transcritas é de Luiz Pinguelli Rosa, pois foi o participante que defendeu destinar os recursos ao desenvolvimento do país e não os entregar, de mão beijada, às multinacionais. Além disso, é o que aponta mais claramente como pode se desdobrar a discussão, pois sua proximidade com o governo federal é grande.<br /></span><br /><strong><span style="color:#990000;">Diferenças</span></strong><br /><br />Enquanto o Bresser sustentava o perigo da doença holandesa (conceito econômico que mostra que há declínio do desenvolvimento industrial quando o país se volta apenas à exploração de recursos naturais) e sua nova fórmula cambial para minorar essa maldição, o geólogo Ivan Simões dava explicações técnicas sobre o funcionamento do mercado de petróleo.<br />Enquanto David Zylberstajn defendia a ANP</span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1727859083850012088#_ftn1" name="_ftnref1"><span style="font-size:85%;">[1]</span></a><span style="font-size:85%;">, Luiz Pinguelli Rosa atuava como o estatizante e nacionalista da mesa.<br /><br /><strong><span style="color:#990000;">Não ficar dependentes do petróleo. Importância do biocombustível.</span><br /></strong><br /><strong>Luiz Pinguelli Rosa:“</strong><em>A gente tem que definir o petróleo para o Brasil e não o Brasil para o petróleo. (...)” Não será de uma hora para outra que conseguiremos tirar todo o petróleo de lá (esforço enorme e caro) Se fosse, uma vez chegado ao objetivo, não nos entreguemos a ele por si só.<br /></em>Diz que é contra deixar os biocombustíveis de lado “seria um erro histórico” até porque esse petróleo do pré-sal tem uma quantidade de CO2 muito grande na jazida (gás causador do efeito estufa): <em>“Acho que o Brasil deve manter essa imagem, até hoje em dia atacada pela questão dos alimentos, de que é um país que se dedicou ao biocombustível. Então, temos que pensar o petróleo de uma maneira planejada. A idéia é que possamos usar o petróleo para o país e não ficar dependentes do petróleo, como um explorador dependente de um produto natural.”<br /></em><br /><strong><span style="color:#990000;">É fundamental discutir.</span></strong><br /><br />A questão não deve ser discutida a portas fechadas. Pinguelli se arma contra o argumento de que, caso se abra muito a discussão, as ações são afetadas: “a gente no Brasil tem um interesse a cima desse sobe e desce (das ações da Petrobrás)”, diz.<br /><strong>Luiz Pinguelli Rosa:</strong> <em>Como usar o petróleo para o interesse do país? Como internalizar tecnologia? Esse investimento do pré-sal deve frutificar para a engenharia, eu estava conversando isso com o presidente Lula. Eu acho interessante. A discussão da empresa é apenas uma discussão do modelo.<br /></em><br /><strong><span style="color:#990000;">Subordinar o mercado a uma política. Modelo.</span></strong><br /><br /><strong>Pinguelli:</strong> <em>Eu não sou a favor de ficar tudo como está...(essa talvez seja a divisão grande). O modelo de concessão dará fatalmente a qualquer momento o direito de se apropriar do petróleo pela empresa que investir, ganhadora da licitação do bloco. Você pode dizer ah, mas nós vamos fazer proporcionalmente quando for preciso... mas eu acho que não é bem isso não. Eu acho que é melhor o Brasil assumir o controle do petróleo, o que não exclui a participação de empresas estrangeiras. Mas dentro de uma programação que não apenas a da licitação do bloco. É o natural, precisa ser uma empresa. Mas que o governo, através de um certo órgão, qualificado para isso, faça essa gestão. Alguns falam no estilo da empresa norueguesa, isso é secundário. O problema é subordinar, seja a Petrobrás, seja o mercado, a uma certa política.<br />A administração direta não está fazendo isso em geral. A ANP é um juiz de futebol, ela não é o técnico de um time. Ela foi feita para apitar o jogo. A concepção dela era essa. A Petrobrás sabe fazer isso e faz bem.<br />Mas eu acho que, nesse momento, para não haver complicações maiores, talvez fosse o caso mesmo do governo criar uma estrutura, algo encarregado de tratar do problema. Que tenha posse do petróleo e que possa decidir como ele vai ser explorado. E é natural que utilize a Petrobrás prioritariamente como operadora porque ela descobriu, ela tem a capacidade técnica, tem a capacidade de investimento (histórica e presente) e é possível o Brasil tirar proveito pensando melhor como utilizar aquela reserva.<br />(..) Esse esquema de concessão foi pensado num investimento de maior risco para o petróleo do que é atualmente. (...) Está muito fácil encontrar petróleo nessa área. Podemos fazer um sistema híbrido. Podemos deixar o sistema de concessão e dar concessões fora daquela área. E deixar aquela área sob administração dessa empresa, empresa ou órgão do governo ou seja o que for. (...) algo que pensasse no pré-sal procurando tirar alguma vantagem.<br />Há também a questão da apropriação pelo Estado em seus níveis federal, estadual, municipal do petróleo. Mas, o maior problema que estamos dedicando nossa atenção é a tal empresa. Com ou sem empresa, no sentido explícito do termo (criar uma entidade, empresa pública), o Estado tem que se dedicar a esse problema e assumir o controle dessas reservas dentro de uma política de desenvolvimento de um país cheio de problemas, e que nem tudo se dedique apenas à produção de petróleo (como aconteceu no Oriente Médio. É preciso e urgente pensar que, mesmo sem repetir os erros do passado, é necessário tirar o melhor proveito possível dessa dádiva da natureza, sem abandonar o mais, e ao mesmo tempo sem deixar de tirar proveito daquilo que já existe instalado no país, em primeiro lugar a própria Petrobrás, pelas suas dimensões e por ser controlada pela União.<br />Aí vêm alguns problemas. A União deveria fazer um aporte para aumentar a sua participação e ter talvez um equilíbrio maior nisso tudo – o governo está estudando isso lá. E também é fundamental a tecnologia brasileira, os bons empregos. Estamos crescendo, é verdade, tirando uma parcela da população daquela pobreza, mas é preciso deixar claro, não chegam à classe média, se tornam sim consumidores. Mas a criação de empregos qualificados precisa aumentar muito. Nossos jovens precisam ser estimulados a estudar, a se aperfeiçoar. Nós precisamos diversificar as atividades e a produção de soja é muito monótona: não emprega muito, tirar terra do solo não é lá uma coisa que vai nos dar essa agregação de valor – não só monetária, tem agregação de valor social, né? Quer dizer, pessoas animadas. Lembramos do Brasil de Juscelino, estou lembrando coisas antigas, as pessoas acreditavam que o Brasil ia fazer uma porção de coisas. Acho que estamos vivendo um momento parecido agora, por mil conjunturas e também por alguns acertos importantes na política de distribuição de renda e valorização do crescimento, embora continue aí esses juros imensos e esse Banco Central, mas agora já estamos saindo do assunto...<br /><br /></em><strong><span style="color:#990000;">Problemas da Lei de Petróleo de FHC. Risco de a Petrobrás perder a licitação.</span></strong><br /><br /><strong>Luiz Pinguelli Rosa:</strong> <em>Acho que a Petrobrás é um grande instrumento dessa política de petróleo. O problema é o fato consumado. Nós demos passos importantes nessa abertura do mercado do petróleo (...)<br />Existe uma metamorfose: quando ele está em baixo do solo, ele é da União. Na hora que ele aflora na superfície, ele é de propriedade da empresa que o produz. Isso é um fato. Como está hoje a legislação: esse é um dos problemas - porque no capitalismo a posse é uma coisa muita séria e as contestações em torno da posse são muito sérias.<br />Então, o que eu vejo no governo é a tentativa de manter o mais possível essa situação (...) sendo a mais importante a Petrobrás e criando mecanismos onde ele vai tirar o maior proveito, espero que sim. E principalmente dar um papel à Petrobrás, que é muito importante, garantindo que no pré-sal ela não perca esse papel numa competição internacional.<br />Porque vamos deixar claro: eu trabalho na Coppe, sou diretor, que é uma escola de engenharia de pós-graduação e pesquisa, nós nos beneficiamos muito da Petrobrás. Temos também contratos com ingleses, com particulares, escolas, pessoas de todas as partes do mundo que trabalham e se relacionam conosco, mas a Petrobrás é muito importante. O fato de uma empresa nacional da dimensão da Petrobrás estar junto permite muita multiplicação de capacidade porque é da natureza de uma empresa dessa. Como é da natureza da Shell ou da British Petrolium investir mais na Inglaterra nessa parte. Não nessas coisas pesadas, carregar peso, isso é coisa que para eles nós brasileiros fazemos bem. Na hora de pensar mais, eles têm a prioridade. É natural. Acho que nesse jogo não é só o governo se apropriar dessa diferença, mas sim usar como instrumento de alavancar o desenvolvimento do Brasil. A Petrobrás é prioritária no desenvolvimento.<br /> Então, a minha visão dessa “coisa”, que pode ser uma empresa, função do Estado, mas tem que ser competente (não um negócio do partido da base aliada) é utilizar inclusive a Petrobrás, dada a sua capacidade, num movimento de alavancamento. Sem excluir as outras, que aliás têm por opção, na maioria das vezes, se associar à Petrobrás. Eu assisti na quarta um debate onde um sujeito da British Petroleum estava lá com a gente e defendia a Petrobrás. Era uma discussão de interesse, porque “eu quero ser parceiro da Petrobrás”. Se você olhar, um grande número dessas empresas se associaram ou estão associadas em Tupi. Então não é eliminá-las, é incorporá-las dentro de uma política.<br />A China é aberta, politicamente tem visão mais autoritária, mas do ponto de vista de um projeto nacional eles têm na cabeça. A EMBRAER vai lá e eles têm interesse que a tecnologia passe também para empresas chinesas.<br />Eu acho que nós não temos essa tecnologia no Brasil no caso da Petrobrás. Agora, numa competição forte e o grande produtor de petróleo que o Brasil pode se tornar, a Petrobrás pode perder essa competição. E nós não podemos nos arriscar aí.<br />(...) Eu acho que essa empresa deve existir para alavancar a Petrobrás e manter o equilíbrio do governo Lula, institucional, do Estado, sem afrontar o mercado, por exemplo, dando rendimentos à Petrobrás por ser ela dona do pré-sal de uma vez só. (...) Aí vem uma crítica, mas é uma questão de prudência e de certo equilíbrio. Não é à toa que o Meirelles está no Banco Central, eu até não gosto. Mas, tem essa história de o Lula ser um Getúlio Vargas: uma hora (fazendo uma coisa, outra hora fazendo outra etc.)<br /><br /></em><strong><span style="color:#990000;">Exagero. Cobiça externa.</span></strong><br /><br />(O jornalista pergunta se há um exagero ufanista na divulgação da descoberta.)<br /><strong>Luiz Pinguelli Rosa:</strong> <em>Essa questão se há exagero (do governo sobre a riqueza encontrada). Às vezes há exagero.<br />(...)<br />Se você projeta a demanda do governo pro futuro, 30 bilhões de barris é muito confortável e dá para alguma exportação.(mesmo com o crescimento e consumo maior do petróleo no Brasil)<br />Agora, 100 bilhões é outra coisa. Estaríamos batendo na casa dos grandes produtores mundiais. Aí ia ser o maior perigo para o Brasil. Até porque o Iraque está invadido, né?<br />(...)<br /></em>(Em outro momento, outro participante):<br /><strong>David Zylberstajn:</strong> <em>Há percepção equivocada de que de repente a 4ª Frota americana vai aportar aqui enfiando tubos, vai começar a tirar petróleo... não é assim.<br /></em><br /><strong><span style="color:#990000;">Pró-mercado x Pró-Estado</span></strong><br /><br /><strong>Valdo Cruz:</strong> (...)<em>Uma ala é pró-Estado e a outra é pró-mercado. É isso ou não?<br /></em><strong>David Zylberstajn:</strong> <em>Acho que não tem nada pior na economia que uma estatal produtiva. Eu descobri isso como secretário do estado de SP. Eu não tinha a menor posição de ser contra ou a favor da privatização das empresas locais, mas quando eu vi o ralo que era a corrupção, o mau uso e ineficiência, eu virei um privatista das empresas aqui, assim de nascença. (...) Não é questão de ser pró-mercado. A questão é que hoje no Brasil não existe um modelo pró-mercado. O que existe é um conjunto de regras muito bem estabelecidas, que a sociedade desconhece, a sociedade substima a qualidade técnica da ANP. Acho que é um modelo absolutamente intervencionista, mas neutro. E quando você faz uma estatal, deixa de ser neutro.<br /></em><strong>Luiz Pinguelli Rosa:</strong> <em>Olha, eu discordo. (O processo de privatização foi feito) de uma maneira que privilegiou alguns interesses – eu não estou falando do setor de petróleo, mas e o setor elétrico? No Brasil nós estamos com uma tarifa das mais altas do mundo e a gente não sabe nem para onde vai esse dinheiro. É óbvio que houve um problema com a privatização. Segundo, eu não posso ter medo da democracia! Se eu for dizer que tudo no Brasil vai ser corrupto... o que aconteceu nos EUA? Não houve a corrupção no sentido clássico de alguém pegar e pôr no bolso? E esses executivos que ganharam 10 milhões de dólares por ano e que fizeram o que fizeram?(..) Se existe ineficiência do Estado, seja na empresa, seja na administração direta ou autárquica, é preciso corrigir, mas não podemos... Como é que pode? Eu ouvi aqui que a Petrobrás é incrível, é fantástica, extraordinária... E é estatal! O controle é estatal. Quem nomeia os assessores é o Estado. E tem demonstrado ser eficiente. Então, não é essa a qualidade. Não vamos discutir empresas produtivas estatais ou privadas. Tem muitas empresas privadas, setores parasitas, que ficam agarrados na carne em casca (...). Na minha opinião, diz respeito à presença do Estado. Mas, não é pela ANP, que foi inventada numa concepção do Banco Mundial, de uma governabilidade neutra.<br />E nós temos que saber que existe uma coisa chamada de interesse nacional! O que os EUA está fazendo é defendendo o interesse nacional dos EUA em primeiro lugar. E essa história de um Estado neutro na economia vira uma piada quando se coloca 700 bilhões de dólares à disposição para salvar uma série de empresas privadas que estão insolventes! Isso, veja bem, nos EUA(...) Há uma incongruência total: então a Petrobrás é boa e é estatal! Então é possível ter uma empresa estatal eficiente. Nós não vamos pensar em criar uma empresa estatal ineficiente.<br />Segundo, não é para comercializar petróleo, concordo no caso com o Bresser. E também não é só para apropriar recursos para o Estado. É claro que é fundamental num país pobre haver isso. O perigo nosso é reduzir a isso o problema. Vamos pegar a riqueza aí embaixo rapidinho, é 5 ou 10 anos, e depois vamos fazer uma festa com esse dinheiro. Vamos fazer o pobre ficar rico, dar uma super-bolsa família. É preciso desenvolver o país com atividades produtivas, e o petróleo pode ser uma alavanca para isso, mas também pode matar (...)<br /></em><br /><strong><span style="color:#990000;">Mudança do marco regulatório. Contradição na lei. Vontade política.</span></strong><br /><br />O pré-sal descoberto é comparado a um milk-shake dos namorados, com um canudo para cada um. A imagem explica que nesse modelo de divisão é preciso “unitizar” a área, ou seja, os blocos (alguns já foram licitados) devem ser explorados conforme a participação de cada empresa. Ivan Simões diz que pode haver um operador só e os recursos são partilhados conforme a participação.<br />Depois de um apontamento de Bresser, Pinguelli diz que se poderia usar o argumento da unitização para que a Petrobrás tome conta. O diálogo segue:<br /><br /><strong>Ivan Simões:</strong> <em>(...) preciso saber até onde se estende (para fazer unitização) e para fazer isso só existe uma forma perfurando poço. Para perfurar poço, só existe na nossa legislação duas opções: uma é conceder a área para que alguém vá e faça e a outra é uma interpretação de que a União poderia fazê-lo diretamente. A União constitui uma empresa, coloca o dinheiro e vai lá e tem aquele dado.<br /></em><strong>Luiz Pinguelli Rosa:</strong> <em>Ou contrata o serviço, por exemplo, da Petrobrás. Não está escrito na Constituição...<br /></em><strong>David Zylberstajn:</strong> <em>Está, Pinguelli.<br /></em><strong>Luiz Pinguelli Rosa:</strong> <em>Não, não está. Na constituição está escrito “poderá”... Pode ou não pode.<br /></em><strong>David Zylberstajn:</strong> <em>Para contratar serviço, qualquer empresa estatal, ou quase-estatal ou semi-estatal, tem que passar por licitação.</em><br /><strong>Luiz Carlos Bresser-Pereira:</strong> <em>O que o Pinguelli está dizendo é muito interessante, Davi. Está dizendo que a União pode(não) licitar empresas que façam a prospecção. Mas pode?<br /></em><strong>Luiz Pinguelli Rosa:</strong> <em>Pode.<br /></em><strong>David Zylberstajn:</strong> <em>Eu estou dizendo que não pode entregar para a Petrobrás. Tem que fazer licitação.<br /></em>(todos falando ao mesmo tempo, por minutos)<br />(...)<br /><strong>Luiz Pinguelli Rosa:</strong> <em>Há a interpretação estatizante. A União é detentora do monopólio. Ela ainda continua. Agora, ela poderá fazer licitação para o contrato de concessão(...) Se o governo vencer o monopólio diretamente é como se a União fizesse isso. É uma questão política.<br /></em><strong>David Zylberstajn:</strong> <em>Pinguelli, não existe forma nenhuma de contratação pelo governo sem licitação. Ponto. E não existe essa coisa de ente União.<br /></em><strong>Luiz Pinguelli Rosa:</strong> <em>Aí entraria a “coisa”!<br /></em><strong>David Zylberstajn:</strong> <em>Pode ter a “coisa”, mas tem que licitar!<br /></em><strong>Luiz Pinguelli Rosa:</strong> <em>Então tá.<br /></em><br /><br /></span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1727859083850012088#_ftnref1" name="_ftn1"><span style="font-size:85%;">[1]</span></a><span style="font-size:85%;"> Hoje a ANP tem em sua direção Nelson Narciso (diretor da empresa estadunidense Halliburton) para controlar o banco de dados do petróleo no Brasil.<br /> </span>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-53221439854985684532008-09-23T17:10:00.014-03:002009-11-24T11:51:09.831-02:00Chico César em eterna mutação (Entrevista)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxn5epOJtp_FkKg2JdIokYssGcrTG3kYO8NplvC5RJythUD-AkzJlyAGoNyd8oSKMUDBPK4EK5_otHlYsGPyjLESwOB-5PxPn35tfr1JRO1zzDSKTL5iw_ScAgDY5w4XkY18d142-p2Rq9/s1600-h/DSCF5305.divulga%C3%A7aopodeusar.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5249657300331620962" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxn5epOJtp_FkKg2JdIokYssGcrTG3kYO8NplvC5RJythUD-AkzJlyAGoNyd8oSKMUDBPK4EK5_otHlYsGPyjLESwOB-5PxPn35tfr1JRO1zzDSKTL5iw_ScAgDY5w4XkY18d142-p2Rq9/s200/DSCF5305.divulga%C3%A7aopodeusar.jpg" border="0" /></a><br /><div><span style="font-size:85%;"><em>Paraibano de Catolé do Rocha, Chico César chegou a São Paulo em 1985. De lá para cá, muita coisa mudou: de vendedor de loja de discos na Paraíba e depois redator de revistas (cursou jornalismo em João Pessoa), Chico tornou-se um dos maiores nomes da música popular brasileira.</em></span><br /><span style="font-size:85%;"><br /><em>Quem não conhece o refrão “Mama África, a minha mãe é mãe solteira... ”? Depois de uma turnê de sucesso pela Alemanha, no início da década de 1990, Chico César resolveu se dedicar exclusivamente à sua arte. Não demorou a ganhar prêmios e a cair na boca do povo.</em></span><br /><br /><em><span style="font-size:85%;"></span></em><br /><span style="font-size:85%;"><span style="color:#cc0000;"><strong><span style="color:#990000;">Desejo e necessidade</span></strong><br /></span><br />“ai estou nas malhas de estranha cidade</span><br /><span style="font-size:85%;">mas uma parte de mim eu diria que a metade</span><br /><span style="font-size:85%;">ficou lá aonde saí, ou seja, eu me reparti</span><br /><span style="font-size:85%;">desejo e necessidade” (Chico César)<br /><br /></span><span style="font-size:85%;"><span style="color:#990000;">A música é algo muito amplo, que pode servir para muita coisa. Para a guerra (marchas), para o amor, para a diversão etc. Para você, a música tem alguma função?<br />Chico César -</span> A música, como as outras manifestações artísticas, serve para nos dar lastro subjetivo e preencher de significado a vida, seja no amor ou na guerra. A arte nos ajuda a suportar a barbárie e os eventos objetivos, nos dá compreensão e alento. Principalmente alento, das canções de ninar à música das carpideiras. Nos acompanha do berço à tumba.</span><br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="color:#990000;">Para você, existe o chamado "gosto do mercado" que dificulta o aparecimento de músicos/bandas diferenciadas qualitativamente? Já sentiu alguma pressão para mudar algo em suas músicas? Se sim, conte, por favor.<br />Chico César -</span> O "gosto do mercado" é um filtro que não dá conta das muitas manifestações da música brasileira, pois nesse sentido temos o privilégio de ser um país muito exuberante. Há coisas de muita qualidade na mídia. Claro que o contrário também é verdadeiro: tem muita coisa precária do ponto de vista da forma e do conteúdo fora dela. Não demonizo o mercado. Penso que ele não é a única ponte entre criadores e público. Cada vez mais, surgem muitas alternativas. A internet, por exemplo. Nunca sofri pressão pra nada pois venho de uma cena alternativa, banquei meu primeiro disco, que resultou por me revelar. Isso facilita bastante minha vida na hora de conversar com produtores e gravadoras. Eu os vejo como parceiros, os produtores e as gravadoras, não como alguém ou algo que ameace a integridade do meu trabalho.</span><br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="color:#990000;">Como avalia a música popular brasileira de hoje? O que está escutando atualmente?<br />Chico César -</span> A música brasileira não pára de se renovar. Em todas as frentes. Da música regional ao rap ou à eletrônica. Tenho escutado uma turma jovem de São Paulo, oriunda da escola do Zimbo Trio e de outras grandes escolas de música. Destaco aí o trabalho de Dani Gurgel, Dani Black, Luisa Maita, Tó Brandileone, Vinicius Calderoni. Também ouço muita coisa do mundo através do My Space.<br /></span><br /><span style="font-size:85%;"><span style="color:#990000;">Como vê o Brasil hoje e o que espera do futuro? Se há necessidade de mudança, você vê o desejo de mudar?<br />Chico César -</span> Vejo com otimismo, como a maioria da população. Creio que temos os pés no chão para uma caminhada longa. Eterna caminhada, na verdade. Mudamos continuamente. O desejo de mudança passa pela consolidação de conquistas ainda recentes e outras que vêm do exercício político e da cidadania.</span></div><div><span style="font-size:85%;"></span> </div><div><span style="font-size:85%;">***</span></div><div> </div><div><span style="font-size:85%;"></span></div><div><span style="font-size:85%;"></span></div><div></div><div><span style="font-size:78%;">Fonte da abertura: </span><a style="TEXT-DECORATION: none" href="http://www.uol.com.br/encmusical" target="_blank"><span style="font-size:78%;">Enciclopédia da Música Brasileira</span></a><span style="font-size:78%;"> Art Editora e PubliFolha.</span></div><div><span style="font-size:78%;">Entrevista inédita, a ser publicada em jornal específico, sob responsabilidade/direitos da autora.</span></div><div><span style="font-size:78%;">Foto: Divulgação.</span></div><div><span style="font-size:78%;"></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-36128247951996607042008-09-23T13:13:00.004-03:002008-09-23T13:22:23.466-03:00Bolívia: a elite se arma<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4rDEpRIddSIp_KiECsWL_Z0F_cSICoxN5IjZbizcxR8EsciUiAKzYCtnYwlxbgaeEmT7EI4eUgvYA565AoFQmxfv9rlnHfUzJ0Hpoiq2LXAZi6QQ-V3DsgzwT3FTEZBJsoHRYYZHa1hAr/s1600-h/DSCF3560.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5249251919157482482" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4rDEpRIddSIp_KiECsWL_Z0F_cSICoxN5IjZbizcxR8EsciUiAKzYCtnYwlxbgaeEmT7EI4eUgvYA565AoFQmxfv9rlnHfUzJ0Hpoiq2LXAZi6QQ-V3DsgzwT3FTEZBJsoHRYYZHa1hAr/s200/DSCF3560.JPG" border="0" /></a><br /><div><span style="font-size:85%;"><em><span style="color:#660000;"><span style="color:#990000;">Oposição instala o terror contra o povo que apóia o governo de Morales. Leia entrevista com o professor aposentado da UFMG Carlos Romero, que acompanhou o referendo de agosto.</span><br /></span></em><br />Entrevistei Carlos Cortez Romero, professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), boliviano de origem e naturalizado brasileiro, em 11 de setembro, auge dos atentados na Bolívia.<br />Para o professor, que esteve no referendo e acompanha de perto o processo político boliviano, é necessário pensar na luta de classes para entender os conflitos no país vizinho.<br />Assassinatos de camponeses, inclusive de mulheres e crianças, destruições de prédios públicos e bloqueios de estradas no leste da Bolívia, são as maneiras como opositores ao governo do indígena Evo Morales têm se manifestado nos últimos meses. Eles são contra a iniciativa de direcionar impostos para os aposentados e também são contra a nova Constituição, que prevê maior justiça social, feita no governo de Morales.<br />Desde 2006, quando o presidente tomou posse, as classes e etnias dominantes tentam inviabilizar mudanças democráticas. Apesar disso, Evo Morales é respaldado por 67,4% de toda a população, até das regiões opositoras – conforme referendo para confirmar sua permanência no poder, realizado em 10 de agosto último.<br /><br /><span style="color:#990000;">Por que esses protestos na Bolívia contra o governo de Evo Morales?<br />Romero –</span> Na verdade, isso é fruto de uma disputa de uma questão econômica, social, de um modelo econômico. É fruto de todo um processo de resgate de uma história escrita a partir dos próprios indígenas, dos camponeses e dos novos movimentos sociais, que reivindicam a propriedade dos recursos naturais contra a oposição que tenta retomar o poder para a implementação das políticas neoliberais e para o resgate da administração dos recursos naturais.<br /><br /><span style="color:#990000;">Esses protestos ocorrem porque Evo instituiu algumas medidas de distribuição desses recursos?<br />Romero -</span> Na verdade, o que os opositores alegam é que Morales teria retirado recursos dos impostos diretos dos hidrocarburos para poder financiar programas sociais que beneficiam pessoas com mais de 60 anos. Eles querem de volta esses recursos. Acontece que com a política de nacionalização das empresas petroleiras, esses estados (chamados de departamentos) recebem hoje muito mais recursos que antes. Ou seja, é um pretexto falso. Se eles recebiam 100, hoje recebem mais de 300. Não sei exatamente o montante, mas em função da nacionalização, só para você ter uma idéia, havia o pagamento de um imposto de 18%, agora foi para 80%, as altas foram extremamente significativas. Na verdade, há a tentativa de retomar a administração dessas petroleiras e/ou do próprio Estado.<br /><br /><span style="color:#990000;">A gente vê atos muito violentos, com explosão de gasodutos e depredação de prédios públicos. Como ocorrem os protestos dessa direita radical boliviana?<br />Romero –</span> Pelo o que se sabe, são grupos paramilitares treinados por militares colombianos, inclusive israelitas, e têm todo o apoio dos Estados Unidos. Trata-se de tentar desgastar o governo Evo, trata-se de provocar mortes que serão creditadas na conta de Evo Morales. Por determinação de Evo, por sua concepção política e social, as forças policiais não usam armas letais. E as forças armadas só poderão fazer uso de armas numa situação extrema. Isso a partir de Evo Morales, porque na época da ditadura essas questões não existiam.<br /><br /><span style="color:#990000;">Hoje o Exército está com o Evo...<br />Romero –</span> Aparentemente, sim. Tem uma declaração de um alto general das forças armadas mostrando que estão do lado de Evo Morales e não tolerarão nenhum tipo de invasão às petroleiras. Porque as petroleiras estão assentadas no território e eles são responsáveis pela preservação do território.<br /><br /><span style="color:#990000;">O Evo Morales subiu patentes de indígenas no Exército?<br />Romero –</span> Acredito que tenha tido promoções, dentro de determinados critérios. Evo Morales, desde que assumiu o governo, tem se mostrado uma pessoa extremamente institucionalista, democrática e extremamente respeitosa das instituições. Não acredito que tenha havido favorecimento, até porque, ele mesmo fala, não tem nenhum general com sobrenome Maita, Quispe, os sobrenomes dos militares são sobrenomes de pessoas de etnias não indígenas.<br /><br /><span style="color:#990000;">Nos jornais a gente lê que a Bolívia é um país historicamente “instável”. O que significa isso?<br />Romero –</span> Eu diria que é a radicalização da luta de classes. É uma questão que não se explica pelo referendo, pela ascensão de Evo Morales. Se explica por mais de 500 anos de exploração colonialista, depois imperialista, neoliberal... A Bolívia tem toda uma cultura revolucionária, desde a época da colônia. As novas formas de organização social expressam uma certa agudização da luta de classes. A direita boliviana não é como a direita brasileira. Ela é orgância, né? Ela não tem prepostos, ela própria atua.<br /><em>[O MAS, Movimento aL Socialismo, do qual participa Morales, é um partido/sindicato/movimento que nasceu como um “instrumento político” em meados dos anos 1990 e conseguiu articular demandas indígenas com um programa político na defesa da soberania nacional. Em 2000, o povo boliviano se insurgiu contra a privatização da água e em 2003, tirou da presidência Gonzalo Sánchez de Lozada, que tentou impor aumento generalizado de impostos e exportação do gás boliviano pelo Chile.]<br /></em>Evo permitiu uma discussão dessas autonomias, em princípio, de maneira correta, mas quando ele percebeu que essas autonomias eram pretextos para implementar políticas separatistas, ele tentou recuar. Em algum momento, ele próprio, ele acabou defendendo a autonomia, que é para se defender a autonomia, mas não nos moldes como a oposição imagina – que é basicamente assumir funções próprias do Estado nacional, como a definição dos recursos naturais e das políticas sociais, enfim, coisas que são do âmbito do Estado nacional e não estadual.<br /><br /><span style="color:#990000;">O que a esquerda boliviana tem a ensinar à esquerda brasileira?<br />Romero -</span> Acho que o ensinamento não é da esquerda boliviana para a esquerda brasileira. (O ensinamento) é dos movimentos sociais. Acho que a gente tem muitas coisas em comum. A exploração. Se bem que, com o Lula, algumas questões modificam. O que tem a ensinar? Principalmente esse espírito de entrega, abnegação, de luta, por um país, por uma sociedade mais justa e igualitária e não medir esforços para um país mais justo e soberano.</span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-60164590330575945362008-08-13T17:00:00.006-03:002008-08-13T17:29:58.402-03:00Amianto: o pó assassino<span style="color:#660000;"><strong>ENTREVISTA FERNANDA GIANNASI</strong></span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWt-kEJ-7WTDGFUhcu8NXySUyCr2vTY1Z26zAhNgWG2ScKODoR_NRP45EiryPvXE7DC205zWGutCx_6EuSTSnpDzQr_NEyGu8Yhva2flilbWdVr48x1QY_rRvNk65QRuzU9b7w0HFomvBH/s1600-h/Giannasi,+Fernanda1copy.jpg"><span style="color:#660000;"><strong><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5234096486071685074" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWt-kEJ-7WTDGFUhcu8NXySUyCr2vTY1Z26zAhNgWG2ScKODoR_NRP45EiryPvXE7DC205zWGutCx_6EuSTSnpDzQr_NEyGu8Yhva2flilbWdVr48x1QY_rRvNk65QRuzU9b7w0HFomvBH/s200/Giannasi,+Fernanda1copy.jpg" border="0" /></strong></span></a><br /><br /><span style="font-size:85%;color:#660000;"><em>Luta contra o uso do mineral vai contra grandes interesses econômicos</em></span><br /><span style="font-size:85%;"></span><br /><span style="font-size:85%;">Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 100 mil morrem por ano devido a doenças respiratórias e câncer causados pelo contato com o amianto, que é largamente usado na indústria. O amianto é uma fibra mineral utilizada em telhas, caixas d’água, pastilhas de freio etc. </span><br /><br /><span style="font-size:85%;">Recentemente, o movimento anti-amianto ganhou força. Em decisão histórica, o Supremo Tribunal Federal confirmou a proibição do amianto no estado de São Paulo, em 4 de junho. O uso e comercialização do amianto já são proibidos em estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e em países como Argentina, Chile, Uruguai e na União Européia.<br /><br />Leia entrevista com Fernanda Giannasi, símbolo da luta contra o amianto. Fernanda Giannasi, 50 anos, já ganhou diversos prêmios nacionais e internacionais por sua atuação contra o uso do mineral.<br /><br /><span style="color:#660000;">Amianto mata!<br /></span><br />Engenheira e auditora fiscal do Ministério do Trabalho, Fernanda Giannasi já sofreu inúmeras ameaças pelo empenho com que lida contra grandes lobbies do amianto. </span><br /><span style="font-size:85%;"></span><br /><span style="font-size:85%;">Fundadora da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA) e coordenadora da Rede Virtual Cidadã pelo Banimento do Amianto na América Latina, Fernanda atua junto a trabalhadores expostos ao mineral. Muitos trabalharam em fábricas como Brasilit e Eternit, em São Caetano do Sul e Osasco. Dos que estão vivos, ainda padecem de doenças lentas, progressivas e incuráveis causadas pela fibra. </span><br /><span style="font-size:85%;"></span><br /><span style="font-size:85%;">Além de propor ações judiciais em defesa das vítimas, as entidades das quais Fernanda participa buscam conscientizar a população em geral, trabalhadores e opinião pública, sobre os riscos do amianto.<br /><br /><span style="color:#660000;">1) Por que as doenças causadas pelo amianto não são conhecidas pela população?</span><br /><span style="color:#660000;"></span><br /><em>Porque nunca houve interesse das indústrias que as doenças fossem divulgadas, especialmente aquelas de caráter maligno (como o câncer de pulmão e o mesotelioma de pleura, peritônio e pericárdio) e por conta também da omissão de nossas autoridades sanitárias, que nunca fizeram uma busca ativa de casos entre trabalhadores e ex-empregados expostos e junto à população. </em></span><br /><span style="font-size:85%;"><em></em></span><br /><span style="font-size:85%;"><em>Em geral, as indústrias tentam descaracterizar o nexo causal, isto é, o vínculo entre a doença e o seu agente causador, atribuindo a outros fatores, como por exemplo, ao hábito de fumar etc.</em><br /><br /><span style="color:#660000;">2) Quais são as dificuldades encontradas pelo movimento para a extinção completa do uso e comercialização do produto? Existem materiais substitutos?</span><br /><span style="color:#660000;"></span><br /><em>Há muitos interesses econômicos em jogo e atualmente também interesses de governo, já que a maior empresa da América Latina e uma das maiores mineradoras de amianto do mundo é controlada pelo Fundo de Pensão do Banco Central e Fundos de Participação Societária do BNDES. (refere-se a SAMA, do grupo Eternit, localizada em Minaçu, norte do estado de Goiás) </em></span><br /><span style="font-size:85%;"><em></em></span><br /><span style="font-size:85%;"><em>É um dos </em>lobbies <em>industriais mais eficientes que se conhece, comparado ao do cigarro. Eles produzem até uma ciência própria para negar que seus produtos façam mal à saúde da população e se servem de pesquisadores venais, que vêem aí a oportunidade de engrossarem seus magros salários das universidades públicas e entidades de pesquisas governamentais de nosso país. </em></span><br /><span style="font-size:85%;"><em></em></span><br /><span style="font-size:85%;"><em>Há diversas tecnologias e produtos que substituem o amianto e disponíveis no mercado brasileiro.</em><br /><br /><span style="color:#660000;">3) Como você vê essa discussão no Brasil hoje? As campanhas anti-amianto têm surtido efeito?</span><br /><span style="color:#660000;"><br /></span><em>Após histórica decisão proferida pelo STF em 4/6/2008, quando julgou que a lei paulista para proteção da saúde e dignidade da pessoa humana é constitucional, isto é, é legal e está válida, o debate no Brasil sobre o amianto é outro e antevemos para muito em breve seu banimento. </em></span><br /><span style="font-size:85%;"><em></em></span><br /><span style="font-size:85%;"><em>Tememos que o governo Lula ainda queira dar sobrevida para esta empresa nacional e estatal, mas iremos fazer forte pressão para que o prazo para o fim do amianto seja "para ontem", considerando os danos que ainda ocorrerão nos próximos 50 anos - mesmo parando a produção nos dias de hoje. </em></span><br /><span style="font-size:85%;"><em></em></span><br /><span style="font-size:85%;"><em>Portanto, o amianto está em seus estertores e com certeza as campanhas anti-amianto têm surtido efeito. As mais recentes são a total interação das vítimas com o público nos parques municipais de São Paulo onde estamos levando a campanha AMIANTO MATA! com o total apoio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo.</em></span><br /><br /><br /></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-1208917297732162852008-07-31T16:43:00.005-03:002008-08-01T10:09:29.714-03:00Careqa à espera de Tom Waits<span style="font-size:85%;">Muito ousada a idéia de fazer versões em português de músicas do Tom Waits. Carlos Careqa, fã desde 1985, tratou da execução do projeto de um jeito cuidadoso. O cd “à espera de Tom” foi bem produzido. E o show, do mesmo título, divertidíssimo.</span><br /><span style="font-size:85%;"><br /><span style="color:#990000;"><strong>Show</strong><br /></span>O que me levou a sair de Osasco e ir a Santo André para pegar o show na faixa foi uma curiosidade absurda. Valeu a pena.<br /><br />O artifício usado para desarmar fãs receosos do homenageado foi o deboche (talvez não pensado - dizem que pessoalmente Careqa é um ser engraçado). Tiradas surpreendentes, poses teatrais, traduções daquele inglês que todos compreendem, versos indecentes em tempos da reinação do politicamente correto, comentários ácidos do músico (Waits encarnado em Careqa)... tudo contribuiu para que o pensamento crítico não se apoderasse das mentes, deixando a recepção livre para receber de forma saudável as doses etílicas do show...<br /><br /><strong><span style="color:#990000;">Cd</span><br /></strong>Em casa, com o cd, a coisa muda um pouco. Comecei a me perguntar por que não consegui escutar duas faixas até o fim - “Num trem de metrô” (Downtown train) e “Não baixe a cabeça assim”(Hang down your head).<br /><br />Será que daria para fazer versões melhores dessas músicas? Ou as outras é que são mais desconhecidas para mim e, por isso, gostar delas foi mais fácil?<br /><br />Não sei. Só sei que fico feliz em ver que ainda existem pessoas atrevidas nesse mundo, que está tão chato.</span><br /></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1727859083850012088.post-17902268351020128022008-06-23T12:58:00.013-03:002016-01-20T10:25:17.765-02:00Tucanos afundam na lama<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-IEqCuHxk_ZvdNJ2vZlrzy4th8gVJV1jRM2pi-DXX9ICFDgRj5Rftl_ZIN45l4u0J3P6eGO0pEI1MfE5D5Pdy4kvmi3UQzsmzVKzH66yU7pY8MPEt4uQiIBm1HTI8YroQvQA5z8aYg4On/s1600-h/jornal-dos-unficados_1quinz-julho-08_p%C3%A1g7.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5215125197497488450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-IEqCuHxk_ZvdNJ2vZlrzy4th8gVJV1jRM2pi-DXX9ICFDgRj5Rftl_ZIN45l4u0J3P6eGO0pEI1MfE5D5Pdy4kvmi3UQzsmzVKzH66yU7pY8MPEt4uQiIBm1HTI8YroQvQA5z8aYg4On/s200/jornal-dos-unficados_1quinz-julho-08_p%C3%A1g7.jpg" style="cursor: hand; float: left; margin: 0px 10px 10px 0px;" /></a><br />
<div>
<span style="color: #990000; font-size: 85%;">Investigações no exterior mostram licitações irregulares em governos do PSDB</span><br />
<span style="font-size: 85%;"></span><br />
<span style="font-size: 85%;">Os tucanos estão atolados na sujeira. O PSDB está sendo investigado fora do país. Juízes da Suíça e da França descobriram contratos fraudulentos envolvendo empresas européias e governos do PSDB em São Paulo, ao investigar lavagem de dinheiro na América Latina. O pagamento de propina a tucanos para garantir licitação do Metrô é evidência da roubalheira.</span><br />
<span style="font-size: 85%;"></span><br />
<strong><span style="font-size: 85%;">Alstom e Metrô/SP</span><br /><span style="font-size: 85%;"></span></strong><br />
<span style="font-size: 85%;">A empresa ganhadora de licitações do Metrô de São Paulo, a multinacional francesa Alstom, pagou 13,5 milhões de reais em propinas a políticos paulistas, de 1998 a 2001, época em que o PSDB esteve à frente do governo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: 85%;">A Alstom, empresa de transporte e energia, teria repassado 6,8 milhões de dólares a políticos brasileiros para ganhar uma licitação de 45 milhões de dólares do Metrô na gestão de Covas e Alckmin, como mostram documentos em poder de autoridades européias. Outras estatais estão envolvidas e o governo atual de José Serra também está sob suspeita.</span><br />
<span style="font-size: 85%;"></span><br />
<strong><span style="font-size: 85%;">Troca-troca</span><br /><span style="font-size: 85%;"></span></strong><br />
<span style="font-size: 85%;">O envolvimento do tucanato na lama é difícil de negar.</span><br />
<br />
<span style="font-size: 85%;">Em troca de ir à Copa da França a convite do diretor de uma empresa que integra o grupo Alstom, o tucano Robson Marinho deu análise favorável a um contrato entre Eletropaulo e Alstom, em 2001, no valor de 4,8 milhões de reais. Marinho é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e participou do governo do PSDB nos anos 1990. Marinho seria um dos encarregados de intermediar as relações entre Alstom e governos tucanos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: 85%;">Lei federal permite que contratos durem no máximo cinco anos, mas, no caso do Metrô de São Paulo, vigorou por sete anos.</span><br />
<span style="font-size: 85%;"></span><br />
<strong><span style="font-size: 85%;">Atoleiro geral</span></strong><br />
<span style="font-size: 85%;">A maioria governista impediu instauração de CPI pedida pela oposição na Assembléia Legislativa do estado. Dos 94 deputados estaduais, 70 são governistas.</span><br />
<span style="font-size: 85%;"></span><br />
<span style="font-size: 85%;">Em nível federal, foi aprovada audiência pública para ouvir representantes da Alstom no Brasil e a Promotoria Paulista, após solicitação.</span><br />
<br />
<span style="font-size: 85%;">Um dos autores do requerimento, Ivan Valente, deputado pelo PSOL, sugeriu à revista Carta Capital que outras legendas podem estar envolvidas no esquema. “Queremos desnudar o que os tucanos querem ocultar em São Paulo, mas também investigar a relação da Alstom com estatais federais, como a Petrobrás e a Eletronorte”, disse.</span><br />
<span style="font-size: 85%;">Outros contratos estão sob suspeição como obras no Metrô do Rio de Janeiro e na Eletrobrás, cujo ex-presidente, Aloísio Vasconcelos (ex-deputado federal pelo PMDB), é hoje presidente nacional da Alstom.</span><br />
<span style="font-size: 85%;"></span><br />
<span style="color: #990000; font-size: 85%;">A roubalheira pelo Brasil</span><br />
<span style="font-size: 85%;"></span><br />
<span style="font-size: 85%;"><strong>Corrupção do PSDB cheira mal em diferentes estados</strong></span><br />
<span style="font-size: 85%;"><strong>Rio Grande do Sul:</strong> </span><br />
<span style="font-size: 85%;">Esquema superfatura serviços de estatais prestados na avaliação de motoristas do Detran (Departamento Estadual de Trânsito). A campanha da governadora Yeda Crusius foi beneficiada com as fraudes. Protestos da população são reprimidos duramente pela Brigada Militar.</span><br />
<span style="font-size: 85%;"><strong>Goiás:</strong> </span><br />
<span style="font-size: 85%;">O senador Marconi Perillo foi denunciado pelo Ministério Público por uso de notas frias para regularizar contas apresentadas à Justiça Eleitoral nas eleições de 2006. O tucano foi acusado de “formação de quadrilha, fraude processual e crime eleitoral”.</span><br />
<span style="font-size: 85%;"><strong>São Paulo:</strong> </span><br />
<span style="font-size: 85%;">Além do escândalo Alstom, diretor do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos), Everardo Tanganelli Jr, está sendo investigado pelo Ministério Público por enriquecimento ilícito, sonegação de imposto de renda e lavagem de dinheiro. Antes dele, o delegado da polícia tucana Roberto Leon Carrel foi preso por sumir com 200 quilos de cocaína apreendida. </span><br />
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0