segunda-feira, 16 de julho de 2007

Construtivismo não é método para alfabetização, diz pesquisadora

(Com Ciência, 27 de abril de 2006)
"O construtivismo não é um método, é um conceito", afirma Silvia de Mattos Gasparian Colello, do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Alfabetização e Letramento (GEAL), da USP, acerca da polêmica sobre a melhor orientação para a alfabetização no país. O debate, reacendido este ano - depois que Fernando Haddad, Ministro da Educação, propôs a revisão dos Parâmetros Curriculares da Língua Portuguesa (PCN)-, tem se acirrado entre os defensores dos atuais parâmetros, embasados por ideais construtivistas, e os pregadores do método fônico de alfabetização. Para Silvia Colello, que faz parte do primeiro grupo, o problema da educação no Brasil não pode ser resolvido com métodos infalíveis e a língua escrita não pode ser concebida apenas como um código. Assim como o construtivismo, a alfabetização deve ser vista de maneira mais ampla e complexa, como um "sistema de implementação da linguagem", diz a pesquisadora.

No método fônico, a alfabetização se dá através da associação entre símbolo e som. Para que a criança se torne capaz de decifrar milhares de palavras, ela aprende a reconhecer o som de cada letra. De outra forma, ela teria que memorizar visualmente todo o léxico, algo ineficiente do ponto de vista dos defensores do método fônico. O método parte da regra para a exceção.

Por outro lado, a orientação construtivista apóia-se na familiarização das crianças com textos inteiros e condizentes com a realidade dos alunos (como o nome de cada um, por exemplo). Diferentemente do reconhecimento de frases descontextualizadas como "Ivo viu a uva", a alfabetização não implica apenas decifrar um código. Para alfabetizar, a criança deve ser levada a participar da linguagem escrita. Para isso, é necessário um diagnóstico prévio que aponte qual é a relação do sujeito com o texto. Assim, podem-se definir estratégias e exercícios que façam o aluno ler e escrever.

Para Sílvia Colello, os PCN não devem subestimar as crianças e nem reduzir o ensino àquela relação unívoca em que o professor ensina e o aluno silencia. Rodeadas por estímulos visuais e sonoros, televisões, computadores e videogames, seria equivocado crer que elas se interessariam e se reconheceriam verbalmente com frases como "o boi bebe e baba".

Segundo a professora, é interessante notar que os defensores do método fônico no Brasil são psicólogos, em sua maioria. "Eles não lidam com a língua enquanto sistema em implementação. Eles estão preocupados em encontrar uma metodologia que seja objetiva e controlada, para ensinar a ler e a escrever. Mas só isso não é suficiente hoje em dia", afirma. De acordo com Colello, pode-se até ensinar a criança a ler e a escrever, mas se anulará o gosto que ela poderia vir a ter pela leitura.

O grande argumento contra os parâmetros construtivistas é o péssimo desempenho do Brasil em diversas avaliações nacionais e internacionais, como no Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) e em avaliações da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) e da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) desde que o conceito foi incorporado nos PCNs, em 1996.

Ao reiterar que o construtivismo não é um método, mas um conceito por trás dos pressupostos da alfabetização, Silvia Colello alfineta: "Não sou ingênua a ponto de dizer que o construtivismo vai salvar a educação brasileira. Mas, parece que muitas pessoas o interpretaram assim: 'Ah, que bom! Chegou um novo método salvador!'" Para ela, o problema do ensino no Brasil tem muitas determinações, entre elas a falta de investimento em formação dos professores. Além disso, a pesquisadora afirma que o construtivismo não entrou efetivamente na grande maioria das escolas, apesar de todas se dizerem construtivistas.

Já os defensores do método fônico, ao contrário, acreditam que o problema da alfabetização no Brasil é justamente o uso do "método" construtivista, e nessa avaliação, desconsideram o contexto econômico e social do país.

Em entrevista à Folha de São Paulo, falando sobre a péssima posição do Brasil em nível de leitura entre 32 países, Fernando Capovilla, do Departamento de Psicologia Experimental da USP, explicita sua desconsideração à degradação social como um dos fatores de piora do ensino: "Há quem atribua o mau resultado ao subdesenvolvimento, à violência urbana, blábláblá. Bobagem". Fernando Capovilla, por e-mail, afirmou que os PCNs em alfabetização são estritamente cumpridos por parte dos professores e são rigidamente fiscalizados pelas secretarias de educação, ao contrário do que diz Silvia Colello.

Exemplos de atividades
============================================================================
No contrutivismo, que trabalha com textos inteiros e reais

Livro dos Desertos - A professora propõe um tema: "Vamos estudar o deserto?" Como os bichos e as plantas conseguem viver no deserto? Onde estão os desertos? Todos estão no mesmo lugar? Eles os alunos vão trabalhando com resoluções de problemas. Aí, a professora mostra jornais com matérias e mapas da corrida Paris-Dakar, por exemplo. Os alunos são levados a discutir a trajetória, os tipos de acidentes que aconteciam no deserto, como os competidores se alimentavam, enfim, depois que eles chegam a alguma conclusão, a professora pede para que escrevam o que eles aprenderam sobre o tema. As crianças dizem "Mas eu não sei escrever, professora!". Ela, então, incentiva: "Escreva do jeito que você sabe! Peça ajuda ao seu amigo!" "Eu quero escrever que no deserto não tem chuva." Sem o compromisso do certo e do errado, as crianças são alfabetizadas. Depois de escritos vários textos (sobre as plantas, os bichos do deserto, etc), os trabalhos são compilados em uma espiral, a criança aprende a escrever escrevendo o Livro dos Desertos.
(por Silvia de Mattos Gasparian Colello, do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Alfabetização e Letramento da USP)
===========================================================================
No método fônico, que associa letras a sons

Jogo de percurso - Cada criança retira, em sua vez, um pequeno cartaz de uma caixa de papelão. No cartaz há uma figura desenhada (pode ser um animal como camelo, um veículo como trem, um brinquedo como boneca, e assim por diante). A professora pergunta ao grupo qual o nome da figura. No grupo, uma criança pode saltar à frente é gritar. "É um camelo!". As demais, naturalmente, repetem o nome do animal na figura. A professora então pergunta quantos sons tem essa palavra e pede para contarem todos juntos /c/ /a/ /m/ /e/ /l/ /o/ dizem eles (no método fônico as crianças não pronunciam os nomes das letras, mas sim seus sons!). "Então, vamos contar quantos sons tem essa palavra?", estimula a professora. Enquanto pronuncia os sons todos de novo, ela vai mostrando os dedos um a um. Nesse ponto uma criança do grupo (uma qualquer, já que sempre é espontâneo e voluntário) salta à frente e diz: "Tem 6, professora! Tem 6 sonzinhos!". Isso, diz a professora. E pronuncia, enquanto conta com os dedos. "Então, pessoal, quantas casas o Júnior vai andar?" "Seis casas!", gritam todos.
(por Fernando César Capovilla, professor associado em psicologia experimental humana do Instituto de Psicologia da USP, via e-mail)

19 comentários:

Anônimo disse...

Trabalho com o metodo fônico, e este é muito eficaz na alfabetização dos meus alunos.
Eles aprenderam bem rapidinho, são capaz de ler e escrever qualquer palavra pelo fato de conhecerem seus sons e saberem que tal som corresponde a tal letra.

Anônimo disse...

Agora eu me desanimei, meu filho vai fazer o jardim I neste ano de 2009 e a escola onde pretendo colocá-lo usa o método construtivista... qual o conselho que vocês me dão?
Nivia

Anônimo disse...

Que o seu filho será muito estimulado pela linha construtivista! Não apaenas aprenderá a ler e a escrever como o repertorio de conhecimentodele será cada vez maior.

Anônimo disse...

Concordo plenamente com a pessoa que escreveu o ultimo comentario, seu filho tera muito mais visao de mundo e sabera interpretar o que esta sendo estimulado.

Anônimo disse...

Mas infelizmente vai chegar ao 4° ano (ou mais) com mais erros ortográficos do que uma criança de 7 anos alfabetizado pelo método fônico/silábico; alfabetizei durante 14 anos com esse método e meus alunos liam e escreviam perfeitamente aos 7 anos.
E quanto a "visão de mundo" que a criança terá, independe do "método" de alfabetização e sim da estumulação que receberá durante toda sua educação, seja em casa ou na escola.

Bisa disse...

Educar não é tarefa fácil, posto que as "visões de mundo", assim como os olhares sobre os diferentes paradigmas socioeconomicos se entrechocam constantemente! Aos educadores resta tão somente uma mudança de comportamento ao termo do processo de alfabetização, que simultaneamente deve conjugar amor pelo conhecimento durante o processo ensino-aprendizagem. No Brasil perdemos o amor-próprio (se é que algum dia tivemos!) e pelos nossos pares tupiniquins. O construtivismo foi implantado em países que já processaram a "revolução na educação". Desta maneira perfaz uma quimera, tendo em vista a existência de uma rede de coruptores e corruptos que não pretendem "revolucionar" as forças produtivas potenciais do Brasil. Concordo, sim, com Cristovam Buarque que enviou ao Congresso a proposta de criação do Ministério da Criança, além de outro importante projeto, que resumindo, obriga os filhos de parlamentares a estudarem em escolas públicas. Esta seria, em tese, a única "salvação" da educação dos pequeninos brasileiros. Os resultados somente serão tabulados, contudo, em cinquenta anos, se tais medidas fossem aprovadas neste momento político. Triste realidade. Esta é a única fórmula ao desenvolvimento saudável da sociedade brasileira. Para isto precisamos de uma nação que seja verdadeiramente republicana, e não de uma réplica mal-feita. Nossa Constituição possui mais deum milhão de artigos que versam sobre direitos e uns sete fragmentos sobre deveres. Talvez seja este o prioritário dilema a ser enfrentado. Aos abnegados professores e professoras, boa jornada. Não desistam, ainda!

Anônimo disse...

Minha filha tem 5 anos (setembro faz 6 anos)está no Pré 2 (primeira dos nove, como é conhecida aqui) já sabe ler e escrever, nós lemos muito com ela em casa , gosta de interpretar e inventar, mas está escrevendo muito errado ex:cazas,caro, em alguns textos da Escola, quando li fiquei apavorada,mas ela não me deixou ajudar a corrigir porquê a Professora falou que era pra ser do seu jeitinho, mesmo escrevendo errado ela acha que está certo e não aceita mudar... estou preucupada que método é este?O filho de uma amiga está com 8 anos e escreve tudo errado..

Juli disse...

muitos professores mal - informados e mal - formados deixam as crianças escreverem errado, sem fazer nenhum tipo de intervenção, supondo que a mesma vá vencer suas dificuldades soziha, adivinhando...
Isso não é pressuposto de nenhum método, pois seja qual for o método utilizado pelo professor, existem intervenções que devem ser realizadas na hora certa, fazendo a criança avançar cada dia mais em suas hipóteses de leitura e escrita.

Anônimo disse...

Concordo em parte com o último comentário, entretanto, são poucos os "avanços" da criança devido a intervenção do professor, sua resposta não vem imediatamente, acredito que o maior erro seja a necessidade de diagnosticar as "incapacidades"dos nossos alunos, não sabemos avaliar. E segundo Tânia Weisz muitos professores tem dificuldades de identificar a hipótese de escrita em que seu aluno se encontra.É um problema sério, o foco da discussão não deveria ser qual o método mais eficiente, pois numa sala de aula, há que se ter formas de ensinar diferentes para crianças diferentes, umas numa mesma classe aprenderão pelo método fônico, outras pelo modelo construtivista, casinha feliz...

Anônimo disse...

Pode parecer um pouco chocante, mas me formei em pedagogia e posso dizer que não saí preparada para alfabetizar utilizando a conceito construtivista. Acho que se as faculdades brasileiras preparassem corretamente os profissionais seria uma idéia muito linda utilizar o construtivismo como meio de alfabetização. Agora, analisando a realidade do país que não é tão linda assim, acho ignorância substituir um método que pelo menos se mostra mais eficaz na escrita e leitura gramaticalmente correta por um modelo que infelizmente ainda é fantasioso e longe da realidade do país. Um passo de cada vez. Trabalho com o método fonético e meus alunos são apaixonados por ler e criar histórias. Utilizo aspectos do construtivismo para tornar mais interessante a forma da escrita e leitura. Quando o professor é realmente apaixonado os alunos se interessam e aprendem. Falta professor PREPARADO NESSE PAÍS.

Anônimo disse...

Estou justamente pesquisando sobre o construtivismo, que não sei como foram transformar as palavras de Jian Piaget, em método, processo, modo, quando ele próprio disse que o Construtivismo não é um método nem uma fórmula, mas a construção da epistemologia no sujeito.(Jean Piaget)
De que adianta textos bem expressivos, se a criança não sabe as letras? E a angústia pela qual elas passam tentando por no papel o que foi pedido, tendo consciência de que não sabe nem sequer uma palavra? E tantos que de tanto tentarem e não conseguirem sem ter quem as ajude em casa, desistem, vão pra escola por que são obrigados? Tantos que chegam à quarta série sem saberem ler, ou leem muito mal, escrevem péssimo? É um quadro muito triste.

Anônimo disse...

Galera!!! É o seguinte:
Eu aprendi a ler e escrever com 3 anos de idade, não sei qual foi o método.Eu nasci em 1973!!! Mas gostaria de saber se o método construtivista não é melhor utlizado nos casos das crianças que tem problemas de aprendizado e falta de interesse pela alfabetização? Não sou profissional de ensino. Essas discussões sobre aprender a ler e escrever corretamente, pra mim, já estão ultrapassadas!! Pois se aprendessemos a escrever corretamente, não seria necessário aprender acentuação gráfica e concordância no 1º e no 2º grau. Não se aprende a somar as 4 operações matemáticas repetindo todos os anos a mesma coisa!!!
Matemática não é decoreba e português também não deveria ser!!!Mas a decoreba até hoje é utilizada!!!
Por que não utilizar o método de imersão em português? Não seria mais útil? Ganharia-se tempo e pouparia-se blá blá de professor!
A realidade é outra!!! Estamos num contexto cada vez mais competitivo!!! Não esperem que o governo se preocupe com o problema dos professores!! Ensinem os seus alunos a terem consciência dos seus direitos e deveres!!!! Eles vão aprender a se respeitarem com pessoas e conseqüentemente, respeitar o outro. Pois é da consciência do Micro que se tem consciência do Macro!!! Revolucionem o ensino!!! Vocês têm poder para isso!!! Acordem!!! Se vocês não têm mais esperança no que vcs estão ensinando, como passar confiança para as crianças?

Anônimo disse...

Coloquei meu filho em um colégio de renome e não entendia o que era este método construtivista (não havia internet fácil na época). Não me preocupei no maternal e jardim, mas qual foi a minha surpresa quando fui chamada na escola e eles disseram que existiam 3 grupos em uma mesma sala. Grupos esses com desenvolvimentos diferentes. O meu filho estaria do grupo com mais dificuldades e portanto não seria promovido para a 1ª série. Fiquei tão impressionada em saber tantos disparates, que resolvi trocar de escola para uma tradicional (como fui alfabetizada) e ele em 6 meses (sem perder o ano) estava lendo e escrevendo em letra cursiva. Tive que pagar um tratamento psicológico pois o fato de estar em grupo inferior na sala, acabou gerando uma perda de auto-estima, o que atrapalhou seu desenvolvimento infantil. Um ano depois as coisas se acalmaram. Eu não recomendo para alfabetização. Sou leiga mas não temos um manual para saber se nosso filho irá se adaptar ao método.

Anônimo disse...

Trabalho com R&S e tenho visto a degradação das pessoas que são submetidas a este método péssimo e perverso, são jovens que mal conseguem preencher uma ficha de emprego, onde constam dados simples como nome completo, endereço e etc... O que resulta neste desemprego enorme, pois há vagas, mas não temos pessoas capazes de preenche-las. Gostaria de deixar somente uma pergunta, quem defende o método construtivista se submeteria ou deixaria algum ente querido ser operado por um médico que nunca teve seus erros corrigidos???, ou por um médico que sabe operar, mas ao invés de operar uma perna, opera seu cérebro, pois como defendem os construtivistas, o importante é que ele aprendeu a operar... não importa se o orgão que necessita da cirurgia é outro.... Pense nisso, pois o aluno de hoje certamente será o profissional de amanhã e eu duvido que uma professora que " ensinou" através do construtivismo aceitaria ser operada por esse aluno, que não pode ser corrigido!!!!

Alejandra disse...

Para o meu filho de 9 anos o construtivismo tem sido péssimo, porque como não aprendem as letras e as palavras primeiro, ocorre justamente o desinteresse, pois não entendia como escrever e não consegue ler bem até hoje. Aliás, se a maioria dos professores são contra este método e já viram que não funciona, me pergunto quem foi o "gênio" que resolveu implantá-lo em todas as escolas particulares, e por que todos os professores tem aceitado.Já tentei trocar meu filho de escola, mas não há opção. Será que ninguém vai fazer nada a respeito? Nossas crianças não são capazer de produzir um texto, e tem gente que chega no vestibular e não consegue fazer uma redação. Até quando? Quando a maioria da população for analfabeto funcional? Antigamente, os analfabetos funcionais eram das classes menos favorecidas e ninguém se importava, mas agora essa realidade já faz parte da classe média, e continuamos não nos importando.Me preocupa onde vamos parar desse jeito

Rogerio disse...

Tenho uma filha de 4 anos e esta no Jardim I (2 anos de pré-escola). Tenho uma lousa em casa e ensino no tempo que tenho o grupo das consoantes e o das vogais escrevendo-os em separado na lousa branca. Peco para ela escolher uma consoante e depois um vogal (Ex. GA)digo qual o som que tem G com A? GÁ, eu digo se ela não souber,e ela complementa: - Galinha !, eu incentivo: - Muito Bem ! e assim por diante..Eu pergunto para a platéia, que método estou usando?

Anônimo disse...

Mestres, estamos aqui só para trocar experiências e ajudar algumas mães, que estão tentando entender e diminuir suas angústias quanto ao que podem escolher para seus filhos em relação à "melhor" educação,instução e conhecimento...não se emocionem tanto ao postarem suas opiniões, elas (as mães) não estão acostumadas com o ambiente de sala de professores com tanta diversidade de opiniões acalmem-se!!!Já temos fama de briguentas...

Anônimo disse...

Também estou pesquisando muito sobre o assunto e confesso que ainda tenho muitas dúvidas. Se pudesse escolher em minha época de alfabetização, acredito que teria melhores resultados com o modelo Construtivista. Mas é claro que essa resposta é pessoal e está baseada no “achismo”, sem fins científicos. Prefiro pensar em nosso papel principal como pais, em buscar melhor educação para nossos filhos, mas que principalmente exista uma interação no aprendizado, que resultem em melhores resultados, pois para mim é justamente sobre isso que estamos falando aqui. Não acredito em uma receita de bolo pronta e que funcione para todos de uma forma coletiva, mas penso muito mais na individualidade de nossas crianças e no que possa impulsionar a MOTIVAÇÃO delas, pois isso é que dará resultado de fato e trará maior conhecimento e interesse em seu aprendizado.

Edson Joel (Hirano Kamakura) de Souza disse...

O construtivismo é uma teoria (Jean Piaget, um psicólogo). O que se vê hoje nas escolas brasileiras é um radicalismo nefasto muito criticado por educadores como Nuno Crato, ministro da Educação de Portugal há dois anos. Ele faz críticas violentas contra os "politicamente corretos da educação" e aposta no inverso da pedagogia romântica e construtivista.

Sua revolução no ensino de Portugal aposta em metas. avaliações e mérito. Em Portugal os alunos mal sabem ler jornais. Muito menos entender. Isso é o resultado da "nova pedagogia" que acha que prova faz mal, que o aluno não precisa ser avaliado porque isso causa stress. No Brasil a mesma pedagogia adotada por incautos levou os estudantes ao mais baixo nível de conhecimento. Estamos na rabeira em qualquer avaliação internacional. Portanto, cuidado antes de falar sobre as qualidades da educação em Portugal. Aliás, os portugueses ocupam a 27ª posição do ranking mundial de 65 países.

Segundo Nuno, o construtivismo de hoje (vertente radical das teorias do psicólogo Piaget) é um completo erro. Ela se baseia no fato de que o professor deve ser um mero "facilitador" - no Brasil, mediador - do aprendizado. Um professor, diz Nuno Crato, deve transmitir aos alunos todo conteúdo nos quais se graduou. "É ingênuo acreditar que o estudante vai descobrir tudo sozinho quando julgar interessante" - afirma o ministro português.

Nuno Crato é matemático e ganhador do cobiçado prêmio European Science Award.