segunda-feira, 23 de junho de 2008

Tucanos afundam na lama


Investigações no exterior mostram licitações irregulares em governos do PSDB

Os tucanos estão atolados na sujeira. O PSDB está sendo investigado fora do país. Juízes da Suíça e da França descobriram contratos fraudulentos envolvendo empresas européias e governos do PSDB em São Paulo, ao investigar lavagem de dinheiro na América Latina. O pagamento de propina a tucanos para garantir licitação do Metrô é evidência da roubalheira.

Alstom e Metrô/SP

A empresa ganhadora de licitações do Metrô de São Paulo, a multinacional francesa Alstom, pagou 13,5 milhões de reais em propinas a políticos paulistas, de 1998 a 2001, época em que o PSDB esteve à frente do governo.

A Alstom, empresa de transporte e energia, teria repassado 6,8 milhões de dólares a políticos brasileiros para ganhar uma licitação de 45 milhões de dólares do Metrô na gestão de Covas e Alckmin, como mostram documentos em poder de autoridades européias. Outras estatais estão envolvidas e o governo atual de José Serra também está sob suspeita.

Troca-troca

O envolvimento do tucanato na lama é difícil de negar.

Em troca de ir à Copa da França a convite do diretor de uma empresa que integra o grupo Alstom, o tucano Robson Marinho deu análise favorável a um contrato entre Eletropaulo e Alstom, em 2001, no valor de 4,8 milhões de reais. Marinho é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e participou do governo do PSDB nos anos 1990. Marinho seria um dos encarregados de intermediar as relações entre Alstom e governos tucanos.

Lei federal permite que contratos durem no máximo cinco anos, mas, no caso do Metrô de São Paulo, vigorou por sete anos.

Atoleiro geral
A maioria governista impediu instauração de CPI pedida pela oposição na Assembléia Legislativa do estado. Dos 94 deputados estaduais, 70 são governistas.

Em nível federal, foi aprovada audiência pública para ouvir representantes da Alstom no Brasil e a Promotoria Paulista, após solicitação.

Um dos autores do requerimento, Ivan Valente, deputado pelo PSOL, sugeriu à revista Carta Capital que outras legendas podem estar envolvidas no esquema. “Queremos desnudar o que os tucanos querem ocultar em São Paulo, mas também investigar a relação da Alstom com estatais federais, como a Petrobrás e a Eletronorte”, disse.
Outros contratos estão sob suspeição como obras no Metrô do Rio de Janeiro e na Eletrobrás, cujo ex-presidente, Aloísio Vasconcelos (ex-deputado federal pelo PMDB), é hoje presidente nacional da Alstom.

A roubalheira pelo Brasil

Corrupção do PSDB cheira mal em diferentes estados
Rio Grande do Sul:
Esquema superfatura serviços de estatais prestados na avaliação de motoristas do Detran (Departamento Estadual de Trânsito). A campanha da governadora Yeda Crusius foi beneficiada com as fraudes. Protestos da população são reprimidos duramente pela Brigada Militar.
Goiás:
O senador Marconi Perillo foi denunciado pelo Ministério Público por uso de notas frias para regularizar contas apresentadas à Justiça Eleitoral nas eleições de 2006. O tucano foi acusado de “formação de quadrilha, fraude processual e crime eleitoral”.
São Paulo:
Além do escândalo Alstom, diretor do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos), Everardo Tanganelli Jr, está sendo investigado pelo Ministério Público por enriquecimento ilícito, sonegação de imposto de renda e lavagem de dinheiro. Antes dele, o delegado da polícia tucana Roberto Leon Carrel foi preso por sumir com 200 quilos de cocaína apreendida.

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