Aí sou o rapaz de costas, de mochila, sozinho, que circunda uma ilha enquanto os outros se detêm, todos acompanhados, romanticamente, ao sol.
Não quero falar, e já o faço, sei lá o porquê. A grade, os cadeados. Em vez de lembrar entrelaçamentos duradouros, vejo o lado ruim do clichê do aprisionamento, de uma inescapável síndrome de Estocolmo a qual todos estariam submetidos.
Como a personagem de "Memórias do Subsolo" (do aí sim amado Dostô), a gente chega a pensar que o amor consiste justamente no "direito que o objeto amado voluntariamente nos concede de exercer tirania sobre ele. Mesmo nos meus devaneios subterrâneos, nunca pude conceber o amor senão como uma luta: começava sempre pelo ódio e terminava pela subjugação moral; depois não podia sequer imaginar o que fazer com o objeto subjugado."
É uma imagem de medo, por paradoxal ou inverossímil que isso possa soar. Medo da "vida viva", que, assim como o cara dessas memórias, comprimia-me tanto que era até difícil respirar. Perdi o fôlego e aproveitei para fotografar. Não tremeu.
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