quinta-feira, 12 de março de 2009

8 de Março - Feminista com toda a razão!

Margarita Aguinaga, equatoriana, confessa quais flores quer ganhar dia 8/3

Para a maioria das mulheres, dia 8 de março é um dia qualquer. Algumas recebem rosas vermelhas, outras um modesto parabéns por suportar o peso de ser a “rainha do lar” e outras, talvez, nem isso.

Para uma militante feminista, o dia 8 de março não é um dia qualquer. Mais que uma data comemorativa, para Margarita Aguinaga, o Dia Internacional da Mulher é um dia de luta.

Margarita Aguinaga mora no Equador e se dedica à causa das mulheres. Presente no Fórum Social Mundial 2009, ela é hoje uma das lutadoras que mais se destacam no feminismo internacionalmente.

“A maioria das mulheres do mundo vive em terríveis condições de pobreza, de dominação sexual, de exclusão política ” diz.

Veja os principais aspectos que, segundo Margarita, faz a luta feminista ter sentido hoje.

Igreja e governos conservadores
Uma ofensiva conservadora do Vaticano e dos governos de direita no mundo inteiro avança pela proibição de que as mulheres decidam sobre seu próprio corpo.

Na maioria dos países, principalmente nos menos desenvolvidos, as mulheres são penalizadas ao fazerem abortos. Muitas morrem por realizarem abortos clandestinos sem a mínima condição de saúde. Para ela, o ataque contra o direito ao aborto é um fenômeno global, ainda que em vários países haja leis a favor desse direito.

A legalização do aborto é uma luta histórica do movimento feminista em defesa da autonomia das mulheres sobre seus corpos e suas vidas.

Migrantes em países ricos
Latino-americanas, mulçumanas, asiáticas e africanas se converteram na força de trabalho do mundo desenvolvido.

A grande maioria não tem direito a um trabalho digno, fazendo trabalhos manuais considerados de menor valor.

A internacionalização da força de trabalho, condição para a reprodução do capital, é afetada diretamente em momentos de crise, piorando ainda mais as condições de trabalho das imigrantes, de acordo com Margarita.

América Latina
Na América Latina, o número de desempregadas (mulheres) é 1,6 vez maior que entre os homens. Essa é uma das constatações do Panorama Laboral 2009, divulgado em 27 de janeiro pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Para Margarita, existe na América Latina um projeto anti-capitalista que precisa ser aprofundado para que se criem alternativas feministas.

Esse projeto anti-capitalista teria acirrado a luta de gêneros no Equador, Venezuela e Bolívia. De acordo com ela, isso tem a ver com o exercício dos direitos humanos, o crescimento de organizações de mulheres e luta contra a “feminização” neoliberal da pobreza.

Que flor Margarita quer?
“ Neste 8 de Março não tenho o que dizer senão que as únicas flores que quero receber são as do impulso, da criação fértil e da confiança em nossa luta”, diz a feminista que se despede com “abraços vermelhos, violetas, com muito amor feminista a todas, todas, diversas e lutadoras...”

Baseado no artigo “Ocho de marzo”, disponível em espanhol em
http://alainet.org.

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